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Aumenta receita com exportação de café


As receitas com exportações de café verde e solúvel aumentaram 50,3% no mês de março em relação ao mesmo período de 2003 e atingiram US$ 172 milhões. A performance dos exportadores foi beneficiada pela recuperação nos preços internacionais ocorrida nos últimos meses. Isso explica o fato de o volume embarcado de café ter crescido muito menos, ou 15%, segundo os dados divulgados ontem pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O volume embarcado de café em março foi expressivo segundo Braga porque parte da produção que deveria ser encaminhada em fevereiro foi postergada por problemas de greve da Anvisa que afetou indiretamente o fluxo. "A greve provocou atraso nos embarques de café que deveriam sair em fevereiro." Desta forma, em fevereiro as exportações que totalizaram 1,558 milhão de sacas (60 quilos) poderiam ter atingido algo entre 1,7 milhão de sacas, enquanto em março o número mais correto para as exportações seria de 1,9 milhão de sacas, diz o diretor do Cecafé.

Renda maior

No período julho de 2003 a março de 2004, o atual ano-safra 2004/05, as exportações brasileiras de café movimentaram US$ 1,226 bilhão, o que representa aumento de 2,4% em comparação ao período imediatamente anterior, cujas receitas atingiram US$ 1,197 bilhão. O aumento foi obtido mesmo com a queda de 20% no volume de café embarcado, que totalizou 18,847 milhões de sacas em comparação aos 23,588 milhões de sacas embarcadas entre julho de 2002 e março de 2003, segundo informações do Cecafé.

Principais clientes

A Alemanha é o principal cliente do café brasileiro neste ano, com 22,6% do total embarcado entre janeiro e março. Foram 1,139 milhão de sacas, de um total de 5,048 milhões de sacas. Os norte-americanos vêm em segundo lugar, com participação de 14,1% e 714,5 mil sacas adquiridas; e a Itália em terceiro, com a aquisição de 603,7 mil sacas, o equivalente a 11,9% das vendas totais do País.

Os alemães aumentaram em 13,8% as compras de café brasileiro neste ano em relação a 2003. Os norte-americanos, ao contrário reduziram em 49,9% as importações de café do Brasil neste ano, segundo o Cecafé.

De acordo com Guilherme Braga, o Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC) - fórum que reúne os representantes do governo federal e da iniciativa privada da cadeia de café - está discutindo novas medidas para estimular a comercialização da safra 2004/05, cuja colheita está prestes a ser iniciada em todo o País.

A primeira medida é a adoção da chamada equalização. A idéia do setor é de que os bancos financiem a cafeicultura com taxas equivalentes à do crédito rural, de 7,85% ao ano. A diferença seria bancada por recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), na medida em que os bancos têm custos superiores. "No crédito rural oficial, a equalização é feita pelo Tesouro Nacional".

O objetivo seria vender parte dos estoques oficiais para o mercado - indústria de torrefação, produtores, cooperativas, comerciantes e outros - e utilizar os recursos para injetar na comercialização do produto. A sugestão é que sejam negociadas 400 mil sacas, em leilões periódicos de 100 mil sacas, com uma arrecadação estimada em cerca de R$ 60 milhões.

Opções de compra

Outra medida em estudo seria o leilão de opções de compra. O governo dispõe de café adquirido nos leilões de venda - realizados no final do ano passado para estimular os preços no mercado - e poderia disponibilizá-los ao mercado por meio de opções. "Isso sinalizaria preços mais altos no mercado para os próximos meses". O assunto está em debate no CDPC e segundo os exportadores os produtores não se opuseram à venda de leilão de estoques. "O assunto ainda não está encerrado".

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