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Aumentam os juros para empréstimos da cafeicultura


O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprecia amanhã a liberação de R$ 250 milhões a R$ 400 milhões para o custeio da safra de café. Os recursos, do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), serão financiados a juros 12% a 13% ao ano e poderão ser usados, posteriormente para estocagem. O governo deve estudar, durante a colheita, o lançamento de contratos de opções.

Segundo o secretário-executivo do ministério da Agricultura, José Amauri Dimarzio, o governo trabalha com a hipótese de aumento da taxa de juros do Funcafé, que anteriormente era de 9,5% ao ano em virtude da variação da Selic. Dois votos agrícolas referentes aos Moderfrota e ao trigo deverão ser apreciados somente na segunda semana de março, em reunião extraordinária do CMN. A proposta é que o governo libere R$ 800 milhões para o programa, com novos limites.

"Queremos reduzir o valor médio das aplicações para ampliar o número de beneficiados", disse o secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin. Por isso, o ministério solicitou ao BNDES o perfil dos clientes. Wedekin disse que o governo tem gasto muito com a equalização dos juros. Para o trigo, a proposta é elevar o valor do preço mínimo, seguindo alta dos custos de produção.

Ontem, durante a abertura da I Mostra de Cafés do Brasil, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que pretende criar uma câmara setorial para o setor, dentro do Conselho Nacional do Agronegócio (Consagro). Ele cobrou também uma maior organização da cadeia produtiva do café.

O presidente da Organização Internacional de Café (OIC), Nestor Osório, disse que o futuro das cotações do café depende da safra brasileira, pois há a tendência de uma colheita muito inferior ao ano passado. Na safra anterior, o Brasil colheu 48 milhões de sacas e, nesta, espera-se 28 milhões de sacas.

Para ele, algumas medidas podem ser tomadas para a solução da crise, entre elas, que seja reduzida a oferta do grão, retirando-se do mercado até seis milhões de sacas, bastando para isso cumprir a resolução da OIC que regulamenta a quantidade de defeitos do café. Outra medida seria a liberação de recursos do Banco Mundial para o financiamento de atividades complementares aos cafeicultores.

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