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Aumento da renda permitiu maior desembolso do produtor

Com maior rentabilidade da produção, sojicultor amplia recursos próprios


Com maior rentabilidade da produção, sojicultor amplia recursos próprios

Os sojicultores mato-grossenses estão reduzindo a dependência de recursos tomados a juros de mercado para custear a safra agrícola. Pelo menos nas últimas três safras, houve queda na participação do mix de financiamento (funding) tomado de multinacionais e sistema financeiro, e maior participação de recursos próprios. Depois da crise da safra 2004/05, o segmento voltou a tomar fôlego com os resultados do ciclo 2008/09. Naquela temporada, por exemplo, a participação das multinacionais era de 50% e do próprio bolso, 22%.


No atual ciclo, 2011/12, a participação das multinacionais (tradings) no financiamento da safra foi reduzida para 18% e a injeção de recursos próprios passou a 35%. Para a atual safra, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima um custo operacional de R$ 1,06 mil para cada um dos 6,78 milhões de hectares que deverão ser cultivados com a oleaginosa em Mato Grosso.

Como explica o gestor do Imea, Daniel Latorraca, a composição do funding tem duas explicações básicas. A primeira é o reflexo direto da rentabilidade das commodities de modo geral, principalmente neste ano. Conforme o Imea, no intervalo de um ano, a soja acumula valorização de 27,4%, o algodão de 110,5% e o milho, 10% “Ganho das cotações reflete na renda e aumenta o poder de participação do produtor no custo de sua lavoura”. O ganho mercadológico mostra que o produtor tem disposição e quer depender cada vez menos de recursos externos, “mas tudo depende dos resultados do campo e de políticas voltadas ao segmento”. Outro ponto de mudança é a transferência de risco. Depois da crise de 2004/05, que deixou um lastro de inadimplência do segmento, as multinacionais passaram a dividir o fomento com suas revendas. “As revendas estão próximas do produtor, sabem das necessidades e também de sua capacidade de endividamento, afinal, são elas que fornecem os insumos e o dia-a-dia do produtor”. Na safra 2008/09, a revenda respondia por 11% da fonte de recursos. Passou a 14% em 09/10, 20% em 10/11 e a 25% nesta safra. “A atual configuração, na qual as revendas e o capital próprio se destacam é altamente positiva e deve ser mantida como tendência para as próximas safras. O ideal é que o produtor tenha condições de ampliar cada vez mais a injeção de recursos próprios”, aponta Latorraca.

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