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Aveias Pretas não são todas iguais

Escolha correta resulta em mais matéria seca e maior produção estimada de leite e carne


A aveia preta é fundamental no sistema de produção dos estados do sul do Brasil, sendo a principal opção de inverno quando se trata de cobertura do solo e/ou pastoreio. Sua abundante produção de biomassa protege o solo durante seu ciclo e também durante o verão, em função da lenta decomposição de sua palha.

Muitos produtores rurais já se beneficiam das vantagens oferecidas pelo uso da aveia preta no sistema de plantio direto. Entretanto, muitos deles desconhecem as diferenças entre os 14 materiais listados atualmente no Registro Nacional de Cultivares (RNC).

Por meio do melhoramento genético, é possível selecionar plantas com diferentes características, como produção de massa verde e massa seca, ciclo vegetativo e tolerância a doenças, e também adaptadas a diversas regiões brasileiras. Este é o trabalho desenvolvido pela Agroalpha, primeira empresa privada brasileira a investir no melhoramento desta cultura.

A Agroalpha foi responsável pela proteção da primeira cultivar de aveia preta no Brasil: a Agro Zebu foi protegida em 2003, tendo sido registrada em 2002. Entre os diferenciais da cultivar, destaca-se o seu ciclo semi-tardio. “Quando manejada adequadamente, por seu ciclo, Agro Zebu possibilita um período de pastoreio maior, resultando num incremento na produção de leite ou de mais quilos de carne”, explica Ricardo Guilherme Matzenbacher, pesquisador da empresa. Além disso, sua grande produção de biomassa é uma importante vantagem no sistema de plantio direto na palha.

A superioridade da Agro Zebu perante outras cultivares foi corroborada pelo Ensaio Nacional de Aveias Forrageiras conduzido pela Fundação ABC em Carambeí (PR) na safra 2012/2012 apresentado na XXXIII Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Aveia, em Pelotas (RS). A pesquisa avaliou a capacidade de produção de massa seca e a qualidade bromatológica de diversas espécies forrageira e apontou Agro Zebu com maior produtividade de massa seca e, também, a maior produtividade de leite por hectare estimado pela proteína bruta (6166 kg/ha). Comparando os dados de Agro Zebu e de Embrapa 139 nesse ensaio, Agro Zebu rendeu 14% mais em massa seca e 20% mais leite por hectare.

De acordo com o responsável técnico da Cooperativa Tritícola Caçapavana Ltda., de Caçapava do Sul (RS), Jaime Antonio Dalmazo, Agro Zebu tem uma boa aceitação no mercado por apresentar um bom perfilhamento, resistência ao pisoteio e às doenças.

“Entretanto, a ideia errônea de que aveias pretas são todas iguais, ainda faz com que grande parte da área ocupada com a cultura seja semeada com materiais menos produtivos”, lamenta Rui Colvara Rosinha, diretor da Agroalpha. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a cultivar Embrapa 139 atingiu a 90% da semente comercializada, na safra 2015, enquanto Agro Zebu não chegou a 1%. Isso se deve ao fato da cultivar Embrapa 139 ser de domínio público, não estando sujeita ao pagamento de royalties na produção de sementes. “Essa é a típica situação em que o barato sai caro e a manutenção desse cenário é um entrave ao aumento da rentabilidade dos sistemas produtivos do Sul do Brasil, no qual a aveia preta é importante coadjuvante”, conclui Rosinha.

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