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Aviação verde

Boeing, Embraer e Fapesp pesquisam biocombustíveis


Boeing, Embraer e Fapesp pesquisam biocombustíveis de cana-de-açúcar e outras matérias-primas

Um acordo assinado nesta quarta-feira (26) pela fabricante norte-americana de aeronaves Boeing, pela brasileira Embraer e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pode significar um novo horizonte para a indústria brasileira de biocombustíveis.

O compromisso dos parceiros é desenvolver um estudo completo para a pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis para a aviação.

“O Brasil é um parceiro de suma importância, dada a relevância de seu trabalho no desenvolvimento de combustíveis a partir de fontes renováveis”, afirmou Shephard Hill, presidente da Boeing Internacional e vice-presidente sênior de desenvolvimento de negócios e estratégias.

A primeira etapa da iniciativa consistirá de uma ampla pesquisa para levantar os desafios e entraves para o desenvolvimento de uma indústria de biocombustíveis para a aviação no Brasil. Assim, será feito um diagnóstico dos desafios sociais, econômicos, tecnológicos, sustentáveis e científicos.
 
As companhias aéreas Azul, Gol, Tam e Trip atuarão como consultoras estratégicas do programa. Para Hill, a parceria reforça o interesse das empresas do setor em trabalhar para alcançar a meta de redução das emissões de CO2 em 50% até 2050, em comparação ao que foi emitido em 2005. A aviação responde hoje por 2% do total de emissões de gases poluentes em todo o mundo.

“Essa parceria acontece no momento em que o mundo espera o desenvolvimento de fontes de energias mais eficazes, mas com menor impacto ambiental”, disse Sueli Vilela, membro do conselho superior da Fapesp. A entidade já coordena desde 2008 o BIOEN, programa de bioenergia, voltado para a produção sustentável, que apoia mais de 300 cientistas do Brasil e de outros 11 países, além de estudantes.

Com esse know-how, a previsão é de que o estudo seja concluído até o final de 2012 e a partir dessa data tenham início outras etapas, a serem definidas. Para isso, a entidade de apoio à pesquisa não descarta a possibilidade de contratação e formação de pesquisadores para atuar no projeto.
 
Durante a pesquisa, além da cana-de-açúcar, várias outras matérias-primas serão testadas e avaliadas. “Não se deve apoiar a produção de biocombustível em uma única fonte renovável, mas sim estudar a combinação de ambas para que seja possível atender a demanda mundial”, salientou Mauro Kern, vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer.

Um exemplo dessa variedade de possibilidades é o teste que a Tam realizou em novembro do ano passado, em um voo experimental em que usou 50% de querosene e 50% de biocombustível feito a partir do pinhão manso ou jatropha, variedade brasileira que vem sendo amplamente pesquisada e cujo cultivo é feito por agricultores familiares. A planta não é adequada para consumo humano ou animal e por isso não compete com a produção de alimentos.

Para Donna Hrinak, vice-presidente da Boeing International e presidente da Boeing Brasil, o Brasil está em um momento de suma importância em sua história, já que todo o mundo começa a tomar consciência da importância da sustentabilidade em todos os setores.

Segundo ela, “reunir pessoas de todo o Brasil, com liderança e expertise para criar novas fontes de energia de baixo carbono para a aviação é a coisa certa a ser feita para a nossa indústria, os consumidores, para o País e todas as gerações futuras”.
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