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Avicultores de SC estão desanimados com a atividade

A receita com as exportações no mês de outubro foi 11,8% menor


As exportações de frango de Santa Catarina cresceram 22% em outubro em comparação a setembro. Mas, em relação ao mesmo período do ano passado, a receita foi 11,83% menor. Foram vendidas 255,8 mil toneladas, totalizando US$ 310,4 milhões.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves, as exportações brasileiras podem encerrar 2006 com 6,6 milhões de toneladas, o que representa 7,6% de queda em relação a 2005. A associação avalia que o desempenho do ano é reflexo da retração nos mercados europeu e asiático no início do ano, com os focos de gripe aviária nesses continentes. Parte da queda na rentabilidade foi conseqüência, também, da queda do dólar.

O maior importador da carne de frango é a Ásia. Os embarques somaram 606,6 mil toneladas de janeiro a outubro, com redução de 3,5% no comparativo ao ano passado. O Oriente Médio é o segundo maior comprador brasileiro, com 591,2 mil toneladas, número 16% inferior ao registrado no mesmo período de 2005.

No Estado, cresce o número de avicultores que estudam desistir da atividade. O presidente do Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina (Sincravesc), Valdemar Kovaleski, destaca que a baixa remuneração, as exigências de investimentos sem retorno e a questão sanitária, que exige melhorias contínuas nos aviários, têm levado a avicultura à miserabilidade. "Vamos em busca da responsabilidade de cada poder. Vamos informar também o poder Judiciário para que nos oriente", afirmou.

Juro alto nos bancos inviabiliza investimentos:

José Rui Goellner, de 52 anos, que trabalha com aves desde 1973, deve encerrar a produção até o fim do ano que vem. Isso porque a agroindústria ao qual ele é integrado exige, dentre outras coisas, que o aviário se adapte à prevenção da gripe aviária. O investimento total é de R$ 35 mil. "Com o juro que vem sendo aplicado pelos bancos, não pago o financiamento em cinco anos".

Edivaldo Ferrari busca trabalho longe da avicultura. A propriedade deve ser alugada. Ferrari conta que está descapitalizado, com dívidas de R$ 60 mil, investidos na construção e automatização dos aviários. O presidente da Abef esteve em Brasília cobrando a implantação do plano de prevenção da gripe aviária. Goellner destacou que há acordos sobre a prevenção, mas os avicultores não têm o apoio necessário.

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