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Avicultores retomam produção no Paraná

Recuperação das exportações determinou fim do ajuste das criações; objetivo é encerrar o ano com 105 milhões de cabeças abatidas/mês


A recuperação do mercado internacional de aves congeladas do Paraná levou o setor a anunciar, ontem, o fim do ajuste da produção. Atualmente, os abates somam cerca de 96 milhões de cabeças por mês, mas a expectativa é que até o final do ano o número atinja 105 milhões de cabeças (quantidade registrada até dezembro). Entre o final de 2008 e o início de 2009 – depois de detonada a crise econômica mundial – o segmento optou por reduzir em 20% o plantel nacional como forma de minimizar os impactos da recessão sobre a atividade, uma vez que houve queda nas exportações e nos preços praticados.

No primeiro semestre deste ano as exportações estaduais caíram 1,80% com relação ao mesmo período de 2008. Ao todo, foram exportados mais de 441,4 milhões de quilos de frango, enquanto no primeiro semestre do ano anterior o volume foi superior a 449,7 milhões de quilos. No entanto, dados do Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) mostram que no mês passado já houve uma recuperação, com aumento de 2,03% no volume negociado no mercado internacional (comparando com o mesmo mês do ano passado) e crescimento de 11,93% com relação a maio. A partir dessa reação, a entidade projeta um aumento de cerca de 10% para a atividade neste segundo semestre.

‘‘Os contratos de exportação estão sendo retomados. Agora estamos lutando, inclusive nas feiras internacionais, para que os preços praticados no ano passado também sejam retomados’’, argumenta o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins. Ele cita que os preços de alguns cortes – ele não quis revelar quais – chegaram a cair até 30% com relação ao ano passado. No entanto, a maior queda na cotação teria sido registrada em países bastante afetados pela crise, como o Japão e a União Europeia. ‘‘Acreditamos na potencialidade do mercado interno. O frango definitivamente está na dieta dos brasileiros’’, salienta.

O consumo interno de frango é de cerca de 40 quilos per capita/ano. ‘‘Até o final do ano deveremos voltar aos números de 2008, quando a média de abates variava entre 480 milhões e 500 milhões de cabeças’’, comenta Martins. O volume de exportações era de 300 mil toneladas por mês, quantidade já alcançada no mês passado. Junho foi até agora o melhor mês para as exportações industriais avícolas do Paraná, quando o Estado respondeu por 25,28% do total nacional. A queda de preços, consequentemente, fez cair o faturamento das indústrias exportadoras em 17,60% no semestre, com relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses o montante foi de cerca de

US$ 609 milhões.

‘‘Devido à crise financeira foi necessária uma revisão de contratos e renegociação de preços do frango exportado. Por isso, hoje ainda temos alguns produtos sendo comercializados no mercado internacional com preços inferiores ao do ano passado, mas mesmo assim com valores melhores do que no mercado interno’’, diz Martins.

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