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Avicultura catarinense se destaca na produção perus

Esse quadro mudou com a disseminação da avicultura industrial por outras regiões brasileiras, mesmo assim, o Estado detém a maior cadeia produtiva


Santa Catarina respondeu, no passado, pela quase totalidade da produção brasileira de perus. Esse quadro mudou com a disseminação da avicultura industrial por outras regiões brasileiras, mesmo assim, o Estado detém a maior cadeia produtiva. O diretor vice-presidente de exportação da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Avila, analisa o desempenho desse setor de alta especialização da avicultura brasileira.
 
Como Santa Catarina mantêm essa posição: responde pela maior parcela da produção, com 27% do total?

Sempre posicionamos que Santa Catarina possui três pilares fundamentais, os quais são chaves de nosso sucesso:  nosso status sanitário diferenciado, a vocação em transformar proteína vegetal em proteína animal e a qualidade reconhecida internacionalmente do produto Catarinense.

A avicultura continuará crescendo neste e nos próximos anos?

Como o ciclo da cadeia produtiva é longo, desde a genética até o produto acabado entregue aos clientes, a agroindústria trabalha com visão de longo prazo e compreende que o mercado não é linear e oscila por muitas variáveis que impactam nossos negócios diariamente. Portanto, trabalhamos de forma realista e acreditando no negócio, sempre.

Quais os desafios para o aumento da produção avícola em Santa Catarina e no Brasil?

A produção no Estado de Santa Catarina continua sendo desafiada principalmente nos aspectos que abalam nossa competitividade. Seja nos custos de matérias-primas ou nos custos logísticos. Continuamos a produzir, mantendo o Estado entre os líderes, mas, certamente precisamos evoluir no nosso Plano Estratégico 2050, com o apoio dos setores público-privado.

Essa atividade de alta especialização continua rentável ao produtor e à indústria?

Como citado anteriormente, o mercado alterna sempre em momentos bons e não tão adequados. O modelo catarinense de integração colabora com a minimização, na redução desses impactos, uma vez que o resultado compartilhado com o produtor empresarial rural independe dos preços de mercado. O modelo é baseado no desempenho técnico. Portanto, quanto maior o desempenho técnico, maior o resultado. A carne de peru continua sendo um produto de consumo sazonal, mas,  mais da metade da produção é consumida no mercado interno.
A proteína animal de aves conquistou seu espaço junto aos consumidores, pelos seus aspectos naturais da saudabilidade e pela acessibilidade a todas as classes de renda do País. Hoje, o produto é ofertado de forma regular, todos os dias do ano e, agora, caminha para uma fase importante de agregação de valor através da praticidade demandada pela sociedade: pratos prontos, temperados, cortes especiais, porções customizadas etc.  Por isso tudo, superou outras proteínas animais em termos de preferência pelos consumidores.

Tradicionalmente, o preço de varejo, pago pelo consumidor, continuará superior ao da carne de frango?

Os produtos encontraram seu nicho de mercado, inclusive com a industrialização desta proteína animal, favorecendo a inserção junto aos consumidores. Variedade de produtos e marcas que estão à disposição no mercado continuam conquistando a preferência – não somente do varejo, mas, também do food service, como restaurantes, catering e refeitórios.

Algum fator em especial favoreceu a exportação de carne de peru?

Na realidade, não existe um fator único, mas, um conjunto de itens que torna o cenário melhor ou não no dia a dia. Como não existem novos mercados de relevância a serem abertos, lidamos com mercados mais maduros. Assim, acidentes sanitários numa proteína animal em determinada região, aspectos cambiais, oscilações da produção de grãos, etc, os quais combinados caracterizam oportunidades, que devem ser identificadas e aproveitadas.

As exportações serão ampliadas? Qual a influência do câmbio, neste momento da economia brasileira?

Continuamos a trabalhar com crescimentos vegetativos por não haver novos mercados de grandes volumes. O Câmbio sempre impacta nos dois sentidos – na compra das matérias-primas importadas e nos preços de venda. O equilíbrio e estabilidade cambial são vitais numa atividade de ciclo longo.

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