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Avicultura paranaense mira novos mercados para retomar crescimento

Comércio internacional e boa safra podem ajudar na recuperação


Comércio internacional e boa safra podem ajudar na recuperação das indústrias avícolas
 
Maior exportador de carne de frango em volume, o Paraná está caminhando para a recuperação do setor após a crise enfrentada em 2012.  Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as exportações paranaenses de carne de frango atingiram 83,84 mil toneladas em agosto deste ano, resultado 22,42% maior em relação ao mesmo período de 2012. Já em receita, houve crescimento de 31,85%, com um faturamento de US$ 102,64 milhões no último mês.

 
O cenário tende ser melhor neste segundo semestre, já que é cheio e concentra os melhores meses para exportação que são outubro e novembro. Estimativas da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) indicam que a exportação de carne de frango deve crescer de 2 a 3% este ano.
 
“A estratégia das indústrias avícolas do Paraná é se manter firme nos mercados em que já atuamos, crescer nos mercados insipientes, tomar posse dos novos e habilitar mais plantas para o exterior, além de materializar o câmbio e não baixar o valor em dólar”, explica Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). Já para o mercado interno estratégia é diversificar, oferecendo produtos com maior valor agregado.
 
Mercado internacional
 
Um dos motivos do aumento na exportação é a conquista de novos mercados, como é o caso do México, que no mês de julho aceitou a certificação sanitária proposta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para exportação de produtos avícolas brasileiros. Os embarques devem representar US$ 300 milhões por ano somente nas vendas de carne de frango, segundo estimativas da Ubabef.
 
Esta semana, uma comitiva liderada pelo secretario de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, está em Moscou para negociar a retirada do embargo russo para a exportação de carne paranaense.  No início do ano, a Rússia decretou o fim do embargo. Porém, até o momento, apenas dois frigoríficos paranaenses estão autorizados a retomar as exportações.


A Nigéria, maior parceiro comercial do Brasil no continente africano, também está na mira das indústrias avícolas. O país sinaliza que pode permitir a importação de aves, o que deve aumentar em 7% o volume de negócios brasileiros. O presidente do Sindiavipar destaca também outra oportunidade: a possibilidade de crescimento das exportações para a China.
 
“O mercado chinês ainda é incipiente e tem muito a ser explorado. Há atualmente esforço para se habilitar mais plantas do Paraná. Hoje, apenas seis são habilitadas”, analisa. Em 2012, a China foi responsável pela compra de pouco mais de 7% das exportações paranaenses de carne de frango, ou 82,82 mil toneladas – um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. De acordo com Martins, outro mercado que apresenta potencial de crescimento é o Vietnã.
 
Apesar do bom momento, Martins prefere ser cauteloso com relação à retomada do crescimento. Ele diz que ainda é cedo para se afirmar que as indústrias devem recuperar os prejuízos de 2012. “Se as projeções se confirmarem, com a abertura do mercado mexicano, a retomada do consumo que já vimos nos últimos meses e boas safras de milho no Brasil e nos Estados Unidos, que são previstas pelos analistas, as empresas tendem a recuperar perdas”, acena o executivo. “Mas tudo ainda é uma incógnita. Creio que existe a necessidade de se fazer uma reflexão sobre nossa atual capacidade”, destaca.

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