Bactérias podem aumentar produtividade da cana
“A fonte da maior parte dos fertilizantes fosfatados é de origem não renovável, ou seja, pode acabar"
Uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que algumas bactérias e compostos orgânicos podem aumentar a produtividade da cana-de-açúcar em 20 toneladas por hectare. De acordo com eles, o uso dos microrganismos e da compostagem consegue-se ganhos biológicos abaixo do solo, além de diminuir o uso de fertilizante fosfatado, representando ganho econômico.
“A fonte da maior parte dos fertilizantes fosfatados é de origem não renovável, ou seja, pode acabar. Então, nossa estratégia foi usar bactérias capazes de disponibilizar o fósforo e uma fonte de energia (o composto) para estimular a microbiota presente no solo e assim diminuirmos o uso de insumos fosfatados sintéticos”, descreve Antonio Marcos Miranda Silva, integrante desse projeto.
Ele explica ainda que apenas com o uso do composto, sem a adição de bactérias, foi possível aumentar a produtividade em condições de campo. “Com o fertilizante fosfatado, rotineiramente utilizado (superfosfato triplo), obtivemos 145 toneladas por hectare de cana-de-açúcar; adicionando somente o composto, a produtividade foi para 155 toneladas por hectare, ou seja, ganhamos 10. Por fim, quando adicionamos composto e bactérias, a produtividade saltou para 165 toneladas por hectare, no primeiro ano de cultivo”, conta Miranda Silva.
“A pesquisa seguiu por etapas como isolar bactérias da rizosfera da cana-de-açúcar, região de solo que circunda a raiz da planta, montar o experimento em casa de vegetação e inocular as bactérias e o composto já obtido da compostagem. Com os bons resultados em condições controladas, os pesquisadores realizaram o experimento em campo e observaram o aumento de produtividade”, concluiu a Universidade.