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Bahia ganha monitoramento automatizado do vazio sanitário

Trabalho começará com plantações de algodão e soja


Foto: Ricardo Inamasu

Um projeto pretende estabelecer, em dois anos, sistema de monitoramento automatizado das lavouras da Bahia, focado em monitorar o vazio sanitário e pragas das culturas. Inicialmente irá se desenvolver em algodão e soja.

Uma plataforma automatizada, prevista para entrar em operação em 24 meses, pretende analisar de maneira automática imagens aéreas ou orbitais, identificando as áreas que descumprirem o vazio sanitário, período em que o campo deve ficar sem cultivo a fim de impedir a continuidade do ciclo de pragas e doenças.

A iniciativa faz parte de uma de cooperação técnica-financeira assinada entre a Embrapa Instrumentação (SP); a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba); a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), por meio do Setor de Processamento Digital de Imagens (SPDI); e a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped).

Técnicos da Agência Estadual de Defesa Agropecuária usarão tablets conectados em rede para fazer os registros no campo. A coleta ágil de dados vai possibilitar adoção de estratégias de combate às pragas em curto intervalo de tempo e otimizar os custos das operações de fiscalização. Por meio da inteligência artificial serão elaborados mapas de alerta das regiões que descumprirem as normas. Esses dados também poderão ajudar produtor a identificar regiões com alterações na lavoura e a ocorrência de tigueras, melhorando o manejo e reduzindo custos.

A cooperação envolve recursos da ordem de quase R$ 1,6 milhão, disponibilizados pela Aiba. Em contrapartida, a Embrapa vai contribuir indiretamente com cerca de R$ 1,35 milhão, na forma de infraestrutura e pessoal.

As atividades serão desenvolvidas em nove etapas. A primeira é a definição das áreas para os testes. Os próximos passos são o desenvolvimento da plataforma com as funcionalidades desejadas, bem como a criação de interface para conexão com bases de dados de imagens; seleção e aquisição de imagens de satélites com alta precisão que serão integradas às ferramentas.

Também serão desenvolvidos interface para visualização de mosaicos adquiridos pelos drones e de satélites de alta precisão; algoritmo de classificação para as culturas de algodão, soja, tigueras e pragas, baseado em inteligência artificial; voos com drones para captação de imagens e, por último, geração de mapas temáticos e de relatórios.

O uso de imagens de satélite pode ajudar a detectar problemas de vegetação assim que ocorrerem, permitindo que os agricultores saibam exatamente quando e onde agir. Sensores de última geração também poderão registrar imagens com alta precisão a 50 cm do solo para mapear plantios, com atualização semanal, ou a 5 cm, para identificar tigueras ou plantas voluntárias.

Os experimentos serão realizados em municípios divididos em núcleos regionais e não por propriedades. Tanto o vazio sanitário da soja como o do algodão são regulamentados e fiscalizados no estado baiano pela Adab. No algodão a principal praga é o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) e na soja o foco é a Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi). No total a Bahia conta com quase 2 milhões de hectares destinados à produção de soja e algodão.

Na soja os experimentos envolvendo o desenvolvimento da plataforma automatizada deverão ser realizados em dez municípios que concentram a produção na região oeste baiana. 
 

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