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Bahia recolheu 54% do total das embalagens consumidas em outubro


Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos (Inpev), o estado recolheu 54% do total de vasilhames consumidos no mês de outubro, superando os 41% de setembro e a meta de 40% estabelecida para a Bahia no início deste ano. Para o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Luciano Figueiredo, o resultado prova que toda a cadeia está trabalhando de forma articulada e integrada dentro do Projeto Campo Limpo.

De acordo com Figueiredo, as ações de implantação das unidades de recebimento na Bahia começaram em julho de 2001, com a Central de Barreiras. No ano seguinte, nos meses de abril, julho e setembro, foram instaladas respectivamente as unidades de Itabuna, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista. "A mais nova central de recebimento foi inaugurada em setembro deste ano no município de Irecê e até o final de 2003 outras duas unidades deverão entrar em funcionamento", informa. Na última safra, mais de 3,2 milhões de embalagens foram recicladas na Bahia.

No ano passado, R$ 1,95 bilhão foram consumidos em agrotóxicos no País. Na Bahia, a cifra ficou em cerca de R$ 67 milhões. O diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Cássio Peixoto avalia que esses montantes refletem a importância da criação do Projeto Campo Limpo. " A iniciativa objetiva dar uma destinação correta às embalagens vazias de agrotóxicos com uma logística eficaz de gerenciamento das centrais", explica.

Peixoto informa que, através de levantamento para analisar o volume de embalagens geradas nos pólos agrícolas, a Adab estabelece as demandas de cada central. "Em Barreiras, por exemplo, foi registrada uma demanda de mais de um milhão de embalagens e em Itabuna, cerca de 460 mil", assinala.

O recolhimento em Teixeira de Freitas foi estimado em 132 mil e Vitória da Conquista com 169 mil embalagens de agrotóxicos geradas. A expectativa é de que central de Irecê, receba cerca de 30 mil embalagens vazias de agrotóxicos. "Certamente, através da consciência de todos os elos componentes dessa cadeia, proporcionaremos mais qualidade aos produtos consumidos, menos impacto ambiental, menos acidentes no campo, menos envenenamentos e mais saúde para todos", acrescenta.

Proteção ao meio Ambiente

Avaliar todos os fatores para que o cultivo seja de boa qualidade, proteja o meio ambiente e forneça ao consumidor alimentos mais saudáveis é a meta do Projeto Campo Limpo. "Os produtos fitossanitários são importantes para proteger as plantações do ataque de pragas, mas podem ser perigosos se forem usados de forma errada e as embalagens não tenham uma destinação adequada e segura", diz Peixoto, destacando a importância do projeto.

Para o diretor geral da Adab, Luciano Figueiredo, a identificação de parceiros, os estudos realizados e o apoio para implantação das centrais foram primordiais para o cumprimento das leis federais que definem as responsabilidades do agricultor, do revendedor e do fabricante. Figueiredo avalia que os resultados alcançados até agora denotam a conscientização e educação dos consumidores regionais quanto ao uso racional dos agrotóxicos, retirando das áreas rurais e urbanas as embalagens vazias com resíduos poluentes.

Para realizar o descarte o produtor não tem custos adicionais. Ao adquirir as embalagens junto ao revendedor ele deve ter o receituário agronômico e na nota fiscal devem constar todos os seus dados. A partir do dia da compra ele terá um ano para devolver a embalagem tríplice lavada para o revendedor que, em seis meses, deve enviar tudo para a central de recebimento mais próxima. Outro aspecto positivo do recolhimento dessas embalagens é a possibilidade de reciclagem em novos produtos de uso dirigido e continuado, utilizado pela construção civil.

Ainda estão sendo definidas outras estratégias para as ações de operacionalização das centrais. "Precisamos ampliar parcerias e incrementar a fiscalização nas revendas e no uso de agrotóxicos para que isso se reflita na devolução das embalagens vazias", diz Cássio Peixoto. Para ele, a organização e o comprometimento das associações gestoras de cada central é fundamental para o sucesso do projeto e dos resultados obtidos até agora. "Percebemos um aumento da consciência ambiental entre os produtores e eles próprios estão notando que os benefícios desse esforço serão revertidos para a melhoria das condições de trabalho no campo", avalia.

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