A carne bovina, que por muitas vezes foi a vilã da inflação, vive uma fase de queda nos preços. O baixo consumo e a liberação da compra de carne com osso de outros estados fizeram o produto ficar mais acessível à população catarinense. Na cesta básica de junho, divulgada pelo Dieese, a carne teve a terceira maior queda. O preço caiu 6,16% em relação a maio. Como a carne bovina é o produto com maior peso na cesta básica (31,28%), a queda ajudou a derrubar o valor total da cesta, que registrou deflação de 4,91%. Segundo o levantamento nacional, a carne teve redução de preço em nove capitais, sendo que a maior redução foi em Florianópolis.
O Índice de Preços ao Consumidor calculado pelo Instituto Técnico de Administração e Gerência (Itag) em junho apontou redução. Os produtos de elaboração primária caíram 1,35%, puxados principalmente pelos cortes bovinos. Há redução na costela defumada (-0,3%), coração de galinha (-1,6%), carne moída de segunda (-1,7%), carne moída de primeira (-2%), chuleta (-2,2%), carne de primeira (-2,3%), carne de segunda (-2,9%) e galinha (-3,4%). As únicas altas foram na costela (4,6%), pernil de porco (2,2%) e fígado de boi (2%).
O Procon de Florianópolis registrou deflação no preço da carne. Na comparação de pesquisas realizadas no dia 7 de maio e 16 de julho houve uma redução média de -23,8%. Dos 18 produtos analisados, 10 tiveram queda. Para empresários, o principal motivo para a queda no preço foi a redução no consumo registrada durante este ano. A saída encontrada por produtores e varejo foi reduzir ao máximo os preços para garantir boas vendas. Foi o que fez, por exemplo, a rede de supermercados Imperatriz. Há seis meses a empresa lançou o dia especial da carne, quando os produtos chegam a custar 25% menos.
Nos últimos dois meses houve uma redução geral de preços, entre 9% e 11%. O diretor de marketing da rede, Vidal Lohn Filho, disse que com a liberação da compra de carne com osso de outros estados, os preços estão caindo ainda mais. "Teremos uma redução entre 15% e 25% no preço da costela e chuleta", afirmou. Na rede Angeloni, uma das maiores do litoral catarinense, a carne ficou 8% mais barata e, em alguns casos, a queda foi maior, como no coxão mole e alcatra (-12%) e na picanha (-15%). O gerente de negócios da rede, Mário Silvestre, disse que a redução é reflexo da redução do consumo.