O saldo da balança comercial brasileira de janeiro a maio deste ano vai fechar em US$ 8 bilhões, um recorde da história do Brasil em cinco meses. Também neste mês, as exportações brasileiras devem atingir a marca de US$ 27 bilhões, um aumento de 30% sobre igual período do ano passado. As informações foram dadas nesta capital pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Na manhã de sexta (30/05), ao participar de seminário para promover as exportações para a Alemanha, na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, ele admitiu a possibilidade de o governo rever novamente a meta de exportações para este ano.
Inicialmente, o governo previa aumento de 10% das vendas externas, ou US$ 6 bilhões, sobre o ano passado. Depois, a previsão passou para 13%, ou US$ 8 bilhões. “Vamos chegar, até amanhã, a US$ 6 bilhões de crescimento das exportações de janeiro a maio, faltando, portanto, US$ 2 bilhões para no resto do ano completarmos a meta”, disse o ministro. Ele enfatizou, porém, que o governo só vai "ceder à tentação" de aumentar a previsão de exportações depois que atingir os US$ 8 bilhões, pois a expectativa para o segundo semestre deste ano é de que as taxas de câmbio nominal e real sejam muito menores que as do ano passado. “Portanto, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, brincou Furlan.
Para o ministro, o segundo semestre deste ano representará o grande desafio para as exportações brasileiras, já que a expectativa é de que a taxa de câmbio no período deve ser muito menor do que a verificada no segundo semestre do ano passado, quando o dólar chegou próximo aos R$ 4. De acordo com o ministro, nos últimos seis meses de 2002, com a disparada do dólar, a média mensal das exportações foi de US$ 5,9 bilhões, mas neste ano o crescimento não deve atingir a mesma velocidade. Por isso, conforme explicou, o governo ainda não decidiu se vai aumentar a meta de exportações para o ano.
“Estamos tentados a aumentar nossa meta, mas só vamos ceder a tentação quando chegarmos nos US$ 8 bilhões”, disse ele, lembrando que até junho os números vão ser positivos, pois amanhã, ao fechar o mês, o acumulado do ano em exportações será US$ 6 bilhões superior a igual período do ano passado.