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Banco do Brasil eleva crédito rural em 33% e libera R$ 20 bilhões


O Banco do Brasil vai elevar em 33% o volume de crédito rural disponível para o ano-safra 2003/04, com início em 1º de julho. Serão liberados R$ 20 bilhões, ou 61,5% do total previsto pelo governo, de R$ 32,5 bilhões.

A oferta de crédito do BB cresceu mais do que os recursos destinados à toda agropecuária: 33% contra 25,8%. Segundo Ricardo Conceição, vice-presidente de agronegócios, isso só foi possível graças ao aumento dos depósitos à vista - 25% dos depósitos são, por lei, destinados à agricultura - e da poupança, já que 40% dos recursos em caderneta no BB são destinados à atividade rural.

No mês de julho, quando oficialmente começa o próximo ano-safra, o banco disponibilizará R$ 1,25 bilhão para os produtores. Embora as operações de custeio da safra de verão - carro-chefe do crédito rural - ainda não estejam formatadas, Conceição não acredita que isso prejudicará o plantio. "O mês de julho é, historicamente, o de menor demanda de financiamento no segundo semestre", afirma. "A maior parte das operações de verão é contratada entre agosto e setembro", diz. O custeio da safra de verão só deverá estar nas agências a partir da segunda metade de julho. Enquanto isso, o banco continuará atendendo pequenos produtores dentro do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf), liberando crédito para o plantio de trigo, custeio pecuário e colheita do café.

Conceição reafirmou que a inadimplência na carteira rural é "um problema do passado". Ele informa que, na safra 2001/02, a taxa foi de 0,54% da carteira total, uma das menores da história do banco que, em 1995, no auge da crise rural, teve perdas de até 10% da carteira. "Em 2002/03, a inadimplência certamente será inferior a 0,54%", acredita Conceição. "A verdade é que a agricultura mudou e os próprios produtores rurais começaram a ser mais responsáveis", afirma.

Uma novidade anunciada por Conceição é que o governo autorizou o BB a utilizar recursos da poupança na compra de Cédulas de Produto Rural (CPPRs). Até hoje, o BB era apenas avalista desse tipo de operação.

O BB poderá comprar esses títulos por meio de leilões eletrônicos. "Com isso, o banco não precisará avalizar as CPRs que pretende comprar, porque não faz sentido avalizar uma operação para si mesmo", diz Conceição. "Com o custo do aval - entre 6% e 7% ao ano - eliminado, o produtor poderá levantar dinheiro mais barato", diz.

"Uma das prioridades neste ano será a desburocratização no acesso ao crédito", diz Conceição. Em maio, pesquisa publicada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) com 3 mil produtores mostrou que, na opinião do agricultor, o principal problema na concessão do crédito é justamente o excesso de documentação, como projeto técnico, cadastro, registro em cartório, documentação de propriedade, entre outros. "Queremos descentralizar algumas etapas da concessão, delegando mais poderes às agências", diz Conceição. Outra iniciativa é aceitar um número cada vez maior de certidões na forma eletrônica, agilizando o processo de aprovação. "Isso, no entanto, depende de mudanças na legislação", diz.

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