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Bayer pode retirar glifosato dos EUA

Decisão valeria apenas para usuários residenciais, não afetando consumidores agrícolas


Foto: Marcel Oliveira

A multinacional Bayer AG afirma que vai avaliar se continuará usando o ingrediente ativo glifosato em seu popular herbicida Roundup no mercado residencial dos Estados Unidos, noticia nesta semana o The Wall Street Journal. A decisão vem na esteira de mais um revés judicial sofrido na última quarta-feira.

Esta semana o juiz distrital dos EUA Vince Chhabria, da cidade de San Francisco (California), rejeitou o plano de acordo proposto pela Bayer AG para resolver ações judiciais futuras de pacientes que afirmam terem contraído câncer por usar o Roundup para jardinagem. A multinacional alemã havia anunciado anteriormente que pagaria até US$ 9,6 bilhões para encerrar os casos existentes, bem como outros US$ 2 bilhões para reivindicações futuras – numa espécie de “fundo” para auxiliar pacientes que alegam terem desenvolvido câncer em função do herbicida. 

A Bayer AG perdeu três processos entre os anos 2018 e 2019 para usuários do Roundup que acusam o produto de provocar linfoma não-Hodgkin. Após o resultado negativo nas primeiras decisões da Justiça norte-americana, a empresa busca um acordo coletivo para encerrar cerca de 125.000 outras reclamatórias semelhantes.

Em seu despacho de seis páginas na última quarta-feira (26 de Maio), Chhabria decidiu que a proposta da Bayer AG beneficiaria a empresa muito mais do que os usuários do Roundup. Ele aponta o que chamou de “falhas gritantes” da empresa, alegando que o acordo oferecido era “claramente desarrazoado” e oferecia poucos benefícios para aqueles que ainda não adoeceram, ao mesmo tempo que os forçava a abrir mão de direitos legais substanciais no futuro.

A Bayer disse que “se reunirá imediatamente com parceiros para discutir o futuro dos produtos à base de glifosato no mercado residencial dos EUA”. A multinacional alemã afirma, no entanto, que continuará a fornecer o herbicida para usuários agrícolas – maior mercado consumidor deste ingrediente ativo, e que considera o produto essencial na agricultura moderna.

A empresa também disse que buscará a aprovação da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) para incluir nos rótulos do Roundup informações sobre os estudos científicos que comprovam a segurança do produto.

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