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Big Frango e Lactobom farão biodiesel no Paraná

As empresas anunciam expansão da produção a partir de gordura animal e de semente de girassol


Os projetos de biocombustíveis continuam a ganhar impulso no País e no exterior. No Paraná, duas empresas anunciam expansão da produção a partir de gordura animal e de semente de girassol. E nos Estados Unidos, a Cargill, maior empresa agrícola norte-americana, informou nessa segunda-feira (08-01) que planeja construir quatro unidades de etanol a partir do milho para produzir 100 milhões de galões do produto por ano.

No Paraná, o frigorífico Big Frango, que fica no município de Rolândia, região norte, criou uma tecnologia para produzir biocombustível a partir de gordura animal. O produto já está abastecendo a frota própria, de 180 caminhões, com os quase 500 mil litros mensais de biodiesel.

A meta até o fim deste ano, segundo o presidente do grupo, Evaldo Ulinski, é atingir uma escala de 1 milhão de litros mensais. “Por enquanto, o produto representa metade da composição usada para abastecer os veículos, mas iremos chegar a 100% do biodiesel, que apresenta ótimos resultados”, garante.

Eduardo Vilela Magalhães, diretor industrial, comenta que a partir do segundo semestre a produção do biodiesel deve dobrar: “Estamos apenas aguardando os resultados da comercialização nos leilões de bioenergia.”

Com investimentos de R$ 8 milhões, o frigorífico realizou pesquisas e desenvolveu tecnologia própria para transformar a gordura animal em combustível. “É preciso utilizar matéria-prima de boa qualidade”, diz Magalhães, explicando que o melhor resultado ocorre com o produto isento de acidez e água. “Inicialmente tentamos usar o óleo da água residual da linha de produção, mas esse material apresentou alto grau de acidez, o que inviabilizou o processo. A opção foi utilizar a gordura retirada das carcaças”.

O Big Frango tem granjas de matrizes com área de reflorestamento, uma fábrica de ração que produz 25 mil toneladas por mês e uma central de incubação com produção de mais de 4 milhões de pintinhos por mês.

Com base no girassol

Em Toledo, na região sudoeste, o Laticínio Lactobom está testando em sua frota o biodiesel produzido a partir de óleo de semente de girassol. Com alto teor de óleo — cerca de 120% mais em relação à soja — a semente é responsável pela produção de 120 mil litros mensais de biocombustível.

“Esse volume é suficiente para abastecer nossa frota própria de 80 veículos, mas a capacidade da unidade é de produzir 10 mil litros por dia para comercializar o excedente”, conta o presidente da Lactobom, Jandir Bombardelli.

Um equipamento para processar o óleo foi adquirido por R$ 400 mil, e poderá ser ajustado para outras matérias-primas, como soja e gordura bovina. O custo de produção do biodiesel de girassol está em R$ 0,80 por litro, e o valor para venda tem acréscimo de R$ 0,50 por litro, sem contar o valor de impostos.

Do girassol é possível extrair 35% de óleo por processo físico, enquanto no mesmo processo obtém-se 14% de óleo da soja. Já em processo químico, a soja produz 15% de óleo e a semente de girassol chega a 42%. Na unidade da Lactobom será utilizado apenas o processo físico. No Big Frango, para a produção do biocombustível animal o custo é de R$ 0,36 por litro, sem adicionar o valor da matéria-prima. Para comercialização no mercado o valor ainda não foi avaliado.

Também estão em andamento outros projetos de produção de biocombustível anunciados no Paraná, como a usina de biodiesel a partir de soja que está sendo construída em Ponta Grossa, 100 quilômetros distante de Curitiba. Com investimentos de R$ 20 milhões, a unidade foi criada a partir de uma joint venture da Gama, sediada em Londrina, e da trading TSC, de capital austríaco, com previsão de atingir 25 milhões de litros ao ano. Também em Rolândia, a Biolix investiu outros R$ 20 milhões para produzir 30 mil litros de biocombustível de soja por dia.

Projeto da Cargill

O projeto da Cargill nos Estados Unidos será implantado pela sua nova subsidiária Emerald Renewable Energy, localizada no Estado de Minnesota . As unidades serão construídas no Meio-Oeste do país. Como acontece nos Estados Unidos, o etanol será produzido a partir de milho.

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