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Biodiesel de mamona: novas possibilidades para combustível biodegradável

No Brasil, a produção desse combustível ainda não supre a demanda, e desde julho de 2008 é obrigatória a mistura de 2% a 3% de biodiesel ao diesel convencional


O biodiesel, combustível renovável produzido a partir de matérias-primas vegetais, pode reduzir em até 70% as emissões de gás carbônico na atmosfera, se comparado ao diesel comum, altamente poluente. No Brasil, a produção desse combustível ainda não supre a demanda, e desde julho de 2008 é obrigatória a mistura de 2% a 3% de biodiesel ao diesel convencional.

Uma das matérias-primas mais utilizadas na produção de combustível biodegradável é a mamona, sobretudo no nordeste do país, por ser uma oleaginosa não comestível e facilmente adaptável às condições climáticas e de solo do país.

As dificuldades no aproveitamento em larga escala desse vegetal por motores normais, devido a suas propriedades químicas, motivaram pesquisadores do Departamento de Tecnologia Química da UFMA a investigar a viabilidade de misturar biodiesel de mamona, diesel comum e álcool como alternativa para o problema. “Não se imagina que o álcool possa ser utilizado em motores a diesel, mas é possível utilizá-lo em até 10% na mistura sem que haja alterações”, explica o coordenador do projeto, professor Wendell de La Salles.

Segundo ele, o biodiesel de mamona pode ser utilizado na mistura de diesel e álcool, mantendo a unidade da mistura mesmo a baixas temperaturas, antes só possível a temperatura ambiente. “Trata-se de um resultado bastante interessante, sobretudo a curto prazo”, destaca Salles. No entanto, a quantidade necessária para manter esse equilíbrio, superior a 15%, ainda é alta para aplicação em grande escala.

Assim, a etapa seguinte da pesquisa consiste em isolar a substância presente no biodiesel, responsável por esse equilíbrio. O projeto da UFMA está entre os pioneiros no país na utilização de biodiesel de mamona como aditivo na mistura álcool-diesel. Outros aditivos com efeito similar já estão em teste, inclusive no Brasil, mas com altos custos por litro.

Perfil - Wendell de La Salles é graduado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com doutorado em Engenharia de Processos pelo INTP de Toulouse (França). É professor do Departamento de Tecnologia Química da UFMA, coordenando o curso de Engenharia Química e atuando na área de petróleo e tecnologia de surfatantes. (Da Ascom / UFMA)

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