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Biodiesel gera alta no preço de óleo combustível

Na Bolsa de Chicago, o preço do óleo de soja aumentou 9,8% de janeiro a setembro


Com a implantação do programa de biodiesel, o preço do óleo diesel ganhará uma nova influência, além da cotação do barril de petróleo: a cotação dos óleos vegetais. A má notícia é que, devido à alta na demanda -puxada por programas de biocombustível em vários países- esse novo ingrediente deverá pressionar o preço final do diesel.

Na Bolsa de Chicago, nos EUA, o preço da commodity óleo de soja (principal matéria-prima do biodiesel) aumentou 9,8% de janeiro a setembro deste ano. Em Paranaguá (PR), o aumento foi de 20,2% no mesmo período: a tonelada passou de US$ 434,47 para US$ 522,10. Nesse intervalo, o preço do diesel caiu 0,1% no Golfo Americano. O preço do biodiesel já é maior do que o do diesel comum. A Petrobras vende diesel por R$ 1,12 o litro na refinaria (sem impostos), enquanto o litro do biodiesel teve preço médio de R$ 1,75 (sem impostos) no último leilão.

A favor do biodiesel, pesa o fato de não haver Cide (tributo que incide sobre combustíveis) e poder haver isenção de PIS/Cofins. Mesmo assim, considerando esses tributos, o preço do diesel comum ficaria em R$ 1,34, ainda abaixo do biodiesel.

Por enquanto, pela pequena quantidade de biodiesel misturado ao diesel normal (2% a partir de 2008), o impacto é considerado desprezível, tanto pelo governo como pelo próprio mercado de combustíveis: R$ 0,01 por litro, o que equivale a um aumento de aproximadamente 0,5% no preço médio em São Paulo (R$ 1,87).

Mesmo sendo pequeno, o aumento não está sendo repassado para o consumidor. Por enquanto, está sendo absorvido pelas estatais. Essa situação não deve continuar quando as distribuidoras privadas estiverem comprando biodiesel diretamente dos produtores e repassando aos postos.

Cautela:

Por enquanto, no que diz respeito à venda ao consumidor, o programa é basicamente estatal: a Petrobras compra todo o biodiesel produzido e a BR Distribuidora repassa 73% do total para os postos. O resto é dividido entre Ipiranga, Chevron, Shell, Ale, Petrosul, Global e Zema.

Apesar do aumento pequeno, o setor de distribuição de combustíveis recomenda cautela no uso do biodiesel.

Isso porque o diesel é responsável por mais da metade da matriz de combustíveis usados em veículos. "A economia precisa muito do diesel. A mistura de 2% é adequada para os testes, mas é preciso ser cauteloso por causa da dependência do diesel", avalia Alíseo Vaz, diretor do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes).

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