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Bioinseticida combina cepas de bactéria para controle de lagartas

Tecnologia usa isolados de Bt e pode ser registrada para diversas desfolhadoras


Foto: Nadia Borges

Uma mistura inédita de duas cepas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) deu origem ao Acera, um bioinseticida que controla a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, e a falsa-medideira, Chrysodeixis includens. Trata-se de uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Ballagro Agro Tecnologia. 

“A grande vantagem desse produto biológico à base de Bt é que ele não afeta o meio ambiente, não intoxica aplicadores, não mata os inimigos naturais das pragas e não polui rios e nascentes, contribuindo para a sustentabilidade. O Acera foi registrado para o controle dessas duas espécies de lagarta e poderá ser usado em culturas como soja, milho, algodão e diversas outras”, destaca o pesquisador da Embrapa Fernando Hercos Valicente, desenvolvedor e responsável pela tecnologia na Empresa. 

Valicente destaca a importância do lançamento para o manejo de resistência. “A cada ano, por questões complexas diversas, observa-se um aumento da resistência das principais pragas controladas por cultivares transgênicas. Consequentemente, ocorre a ampliação do uso do controle químico em complemento aos transgênicos, na tentativa de reduzir perdas na produção agrícola. Tudo isso acarreta prejuízos econômicos, sociais e ambientais expressivos”, relata ele.

“Os bioinseticidas também contribuem para a sustentabilidade dos cultivos. Pela sua especificidade biológica, atacam somente os insetos-alvo, promovem maior equilíbrio da biodiversidade em comparação aos químicos, favorecendo a manutenção de inimigos naturais no campo”, explica o cientista da Embrapa.

O gerente de produtos e mercado da Ballagro, Leco Kaneko, destaca que o Acera poderá, no futuro, ser registrado para incluir outras pragas. Isso porque o produto é “composto por uma mistura inovadora de dois isolados de Bt que apresentam um amplo espectro de ação sobre lagartas desfolhadoras”.

Ele atribui a “alta eficiência” do inseticida biológico à diversidade das proteínas Cry e VIP, bem como a alta tecnologia em fermentação e formulação. “Ele foi testado em todas as regiões do Brasil, com ótimos resultados”, diz o gerente da Ballagro. Os pesquisadores estudam agora a viabilidade da aplicação do Acera por drones.

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