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Biomonitoramento da qualidade da água na produção de tilápia é tema de Dia de Campo

Método oferece vantagem de ser de baixo custo se comparado às análises químicas ou físico-químicas


Método oferece vantagem de ser de baixo custo se comparado às análises químicas ou físico-químicas

Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) foi tema de um Dia de Campo, realizado no dia 6 de outubro, no município de Itapira, SP. O evento ocorreu na propriedade do presidente da Associação Paulista de Piscicultores – ASPI, José Marcos Pádua e visou apresentar o método de biomonitoramento da qualidade da água em viveiros escavados para a produção de tilápia aos piscicultores da região, extensionistas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - Cati, além de outros interessados no tema.

As pesquisas da Embrapa evidenciam a capacidade de execução de biomonitoramento da qualidade da água, por meio da metodologia de análise sistemática da condição e/ou presença de determinados macroinvertebrados nos viveiros com cultivo de tilápia de forma mais econômica e dinâmica.

O biomonitoramento pode ser definido pelo uso de organismos vivos ou as suas respostas para determinar a qualidade do ambiente. No projeto da Embrapa, são utilizados os macroinvertebrados bentônicos, organismos presentes na água de cultivo e facilmente detectáveis a olho nu. Constituem um grupo composto por moluscos, vermes, insetos e crustáceos, que vivem no fundo de ecossistemas aquáticos de água doce e salgada.

Alguns parâmetros da comunidade macrobentônica podem ser utilizados como medidas de alterações ambientais e/ou da qualidade da água, como riqueza de táxons, índices de diversidade, dominância de famílias, relação entre táxons menos tolerantes e mais tolerantes, por exemplo.

Conforme explicou a pesquisadora da Embrapa Mariana Silveira Guerra Moura e Silva, por meio do monitoramento das avaliações quantitativas e qualitativas de colonização desses organismos, da presença e/ou a quantidade de determinado organismo, e suas associações, em particular, revelam a condição da qualidade da água do viveiro. "Quando a água se apresenta em boas condições, ocorrem naturalmente determinadas combinações de organismos. Por outro lado, se a água não está adequada, os organismos menos tolerantes à eutrofização desaparecem e aqueles mais tolerantes aumentam em grande número na comunidade," explica ela.

Ainda conforme a pesquisadora, a fase atual do projeto é de validação da ferramenta do biomonitoramento para piscicultura em viveiros escavados, que estão sendo confrontados com os dados de monitoramento de qualidade da água obtidos pelos meios usuais, ou seja, por meio de sonda multiparâmetros, de variáveis físicas e químicas. A pesquisadora explicou que somente após finalizado esse processo de associação dos resultados e a consequente confirmação da validação do método, a tecnologia será disponibilizada aos produtores.

Dia de campo

O evento teórico-prático demonstrou as técnicas de coleta e processamento de amostras com coletores de substrato artificial para biomonitoramento, a observação dos principais organismos encontrados nas armadilhas de coleta, discussão sobre a metodologia, além das vantagens de seu uso e aplicação pelos piscicultores.

Também visou demonstrar a simplicidade e as vantagens da utilização do método, uma ferramenta barata e provavelmente eficiente na avaliação, em complementação ao uso de sonda multiparâmetros, que possui um custo elevado para o produtor e reflete somente a situação momentânea da análise. Com o uso de bioindicadores, ocorre a possibilidade de se obter o resumo da situação de impacto que está ocorrendo no ambiente, possibilitando perceber os fatores internos e externos ao corpo hídrico.

O diretor técnico da CATI (regional Mogi-Mirím), Roberto Ribeiro Machado destacou a importância da realização do Dia de Campo como um fator de disseminação do conhecimento sobre a atividade e aprimoramento do manejo por parte dos produtores. Conforme explicou, "na piscicultura ainda existe muita desinformação e o dia de campo é a melhor forma de aproximar as inovações da pesquisa e os produtores," afirmou ele.

Já o presidente da ASPI, José Marcos Pádua destacou como positivo o uso da avaliação biológica de monitoramento da qualidade da água, proposta pela Embrapa.  Segundo ele, o procedimento possui a capacidade de influenciar positivamente o manejo dos tanques e da água, em conformidade com a necessidade da proteção do ecossistema aquático e dos mananciais, possibilitando demonstrar que a integridade de todo o sistema biológico está sendo preservado.

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