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Bird propõe 'new deal' alimentar com ajuda do Brasil

A proposta apresentada deverá ser um dos temas discutidos nos próximos dias 12 e 13, durante a reunião de primavera do Bird e do FMI, na capital americana


O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, propôs nesta quarta-feira, em Washington, a criação de um ''new deal'' voltado para o setor de alimentos.

Zoellick referia-se ao conjunto de medidas econômicas e reformas que ajudou a tirar os Estados Unidos da Grande Depressão, na década de 30.

A proposta apresentada por Zoellick deverá ser um dos temas discutidos nos próximos dias 12 e 13, durante a reunião de primavera do Bird e do FMI, na capital americana.

De acordo com o presidente do Bird, o novo programa se centraria ''não apenas na fome e na subnutrição e em acesso a alimentos'', mas nas correlações entre alimentos e questões como energia, colheitas, mudanças climáticas, investimento e a marginalização de homens e mulheres.


Ele afirmou que o Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês) da ONU tem atualmente um rombo de US$ 500 milhões e precisa que os Estados Unidos, a União Européia e o Japão e outros países da Organização Para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cubram esse déficit, ''porque, se não, pessoas irão morrer de fome''.

Mas o chefe do Banco Mundial acrescentou que o plano precisa também ''mobilizar uma ampla gama de parceiros'', entre eles a FAO (o fundo da Organização das Nações Unidas para a agricultura e a alimentação), doadores privados, como a Fundação Gates, institutos de pesquisa agrícola e ''países com grande experiência agrícola, como o Brasil''.

Apoio

Zoellick disse que o banco poderia contribuir dando apoio a medidas de emergência voltadas para os pobres e, ao mesmo tempo, estimulando iniciativas de incentivo para produzir e comercializar alimentos como parte do desenvolvimento sustentável.

''Países tão diversos como o Butão e o Brasil, Madagascar e Marrocos, têm programas de alimentação para grupos vulneráveis'', afirmou Zoellick, acrescentando ainda que ''outros, como a China, Egito, Etiópia e México oferecem transferências de dinheiro que são condicionadas à tomada de medidas como enviar crianças ao colégio ou promover exames médicos preventivos''.


Zoellick afirmou que o plano alimentar contribuirá para um desenvolvimento ''inclusivo e sustentável' e que ''países pobres, intermediários e desenvolvidos irão se beneficiar igualmente''.

Segundo o chefe do Banco Mundial, o órgão estima que 33 países enfrentem potenciais riscos de tensões políticas e sociais devido à alta mundial de preços de alimentos.

Zoellick, que foi representante do Comércio dos Estados Unidos, também criticou o sistema de comércio mundial e defendeu o fim dos subsídios agrícolas que "distorcem" o sistema.

''Os pobres precisam de uma redução do preço de alimentos agora. Mas o comércio mundial agrícola está preso no passado. Se existe uma hora de eliminar subsídios agrícolas distorcedores e abrir mercados para a importação de alimentos esse momento é agora. Se não agora, quando?.''

Uma das maneiras de corrigir essas distorções, no entender do chefe do Bird, seria através da Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial.

''A solução é romper o impasse da agenda Doha de desenvolvimento em 2008. É agora ou nunca. Este é um momento crítico.''

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