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BNDES - Liberações recuam 17,2% em MT

Desembolsos da instituição no Estado no primeiro semestre deste ano totalizaram R$ 869,8 mi; agropecuária registrou maior queda

Desembolsos da instituição no Estado no primeiro semestre deste ano totalizaram R$ 869,8 mi; agropecuária registrou maior queda.

Mato Grosso encerra o primeiro semestre de 2009 com retração de 17,2% no volume total de recursos liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos setores agropecuário, industrial, infraestrutura e comércio e serviços. Balanço do agente financeiro mostra que nos primeiros seis meses do ano passado foram desembolsados ao Estado R$ 1,050 bilhão e no mesmo período deste ano o montante caiu para R$ 869,8 milhões. Para entidades representativas dos setores, a queda é motivada pela restrição ao crédito, decorrente da crise financeira internacional que acarretou em cautela por parte dos investidores.

Um dos setores mais abalados pela falta de dinheiro no mercado foi a agropecuária, que inclui atividades da produção de grãos e pecuária. No Estado, este foi segmento que puxou a retração no volume global de recursos no primeiro semestre. Foram emprestados ao Estado R$ 170,5 milhões, cifra 54% menor que a contabilizada no ano passado, quando foram emprestados R$ 371,2 milhões. O segmento vem registrando dados negativos ao longo dos últimos meses.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira da Silva, o decréscimo nos financiamentos via BNDES nos primeiros seis meses de 2009 é consequência da restrição de crédito, "que gerou dificuldade para que os produtores pudessem fazer investimentos na atividade". Com isso, completa o presidente, as aquisições de máquinas e outros equipamentos ficaram comprometidas e continuará desta forma até que a crise seja superada.

Como reflexo destas dificuldades, Silva considera que a agricultura estadual está passando por um período de estagnação, com áreas sem cultivo ou mesmo sem novas aberturas. "O BNDES é uma importante fonte de recursos para a agricultura, já que é o agente que financia projetos grandes, acima de R$ 10 milhões". Outro setor que aparece com desempenho negativo na comparação semestral é o setor de comércio e serviços. De acordo com os números, houve uma retração da 32,5% de um ano para outro, baixando de R$ 66,6 milhões em 2008 para R$ 44,9 milhões em 2009.

O vice-presidente da Federação do Comércio, Bens e Serviços de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins, afirma que o cenário de crise que existiu nos últimos meses fez com que os empresários recuassem com relação aos investimentos, mas considera que esta realidade está mudando, já que os bancos estão oferecendo mais crédito para a safra 2009/2010. Ele lembra que o desempenho do setor primário reflete diretamente nos resultados do comércio varejista. "Com certeza no terceiro trimestre deste ano, os números começaram a se reverter, se mostrando animadores para o setor comercial".

Fonte: A Gazeta

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