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BNDES deve definir hoje o destino da Chapecó Alimentos


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve decidir hoje (31-03), em reunião de diretoria, sobre o financiamento ao grupo que irá arrendar a Chapecó Companhia Industrial de Alimentos, uma das principais redes frigoríficas do país. O principal candidato é o grupo francês Dreyfuss, maior produtor e exportador europeu de aves, que controla, no Brasil, a Coinbra, empresa que atua na exportação de soja e café.

Caso seja aprovado, será o segundo financiamento da atual gestão do banco a uma companhia estrangeira para solucionar crise financeira de empresa nacional. O primeiro caso foi do estaleiro Jurong, de Cingapura, que assumiu nesta semana o controle do Estaleiro Ilha S.A (Eisa). A definição sobre o arrendamento das sete unidades industriais de Chapecó será mais um capítulo de uma novela que se arrasta desde 1999. Em pouco mais de três anos, o grupo passou por concordata, troca de controle e início de recuperação. No final do ano passado, paralisaram as operações por causa da crise argentina, que afetou o crédito do grupo Macri, que havia adquirido a empresa brasileira.

A operação com a companhia internacional para resolver a crise da Chapecó encontrou resistências no BNDES. Fontes da instituição dizem que o presidente do banco, Carlos Lessa, queria formar um pool de empresas nacionais para administrar o frigorífico, no qual o banco tem participação minoritária de 20% e onde já investiu, desde 1994, US$ 190 milhões. O projeto de Lessa esbarrou no desinteresse de grupos nacionais. Além disso, o banco dá preferência a um acordo que envolva todas as unidades da Chapecó, já que o fracionamento da rede colocaria em risco, segundo avaliações técnicas, o desenvolvimento tecnológico da empresa, que detém o mais qualificado banco genético de suínos e um dos melhores de aves do país.

O financiamento do BNDES, cujo montante também não foi divulgado, será utilizado na formação de capital de giro. O prefeito de Chapecó, Pedro Uczai (PT), lembra que há outras propostas, como a do consórcio Sadia-Globoaves, mas que se referem apenas à unidade de Cascavel, no Paraná. A Chapecó atua em todo o mercado nacional e é uma forte exportadora para mais de 50 países em todo o mundo O grupo Pif Paf, rede de frigoríficos sediado em Belo Horizonte (MG), também deverá formalizar proposta ao BNDES para arrendamento da Chapecó. Do mesmo modo que a francesa Dreyfuss, a rede mineira tem interesse em todas as unidades, mas o valor proposto para o arrendamento (também com opção de compra) não foi divulgado. A rede Chapecó tem 5 mil empregados diretos e 3 mil produtores integrados.

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