O setor primário brasileiro deverá contar com cerca de R$ 2,5 bilhões para compra de máquinas e equipamentos durante o próximo ano agrícola - de julho de 2003 a junho de 2004. Os recursos asseguram a manutenção do Moderfrota e tranqüilizam as indústrias que temiam a falta de verba. A garantia foi dada ontem, em Ribeirão Preto, pelo superintendente para a área de Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), José Eduardo de Carvalho.
Ele garantiu que ainda há muito dinheiro disponível na última suplementação do plano 2002/2003, que foi anunciada em março e somava R$ 800 milhões. "Ainda existem R$ 550 milhões, mais do que suficientes para financiar as necessidades do setor agrícola até o início do novo ano agrícola", disse ele.
A notícia foi recebida com otimismo pelas indústrias que participam da Agrishow. O diretor nacional de vendas da AGCO, Carlito Eckert, ficou satisfeito com o montante. "O valor de R$ 2,5 bilhões para o ano é bom, mas depende como será repassado ao produtor", alerta. Segundo ele, a expectativa é de que sejam mantidas as regras atuais, ou seja, juros de 9,75% ao ano para agricultores com renda anual até R$ 150 mil e 12,75% para os demais interessados. "Isso ajudará o setor a manter a produção atual que é de 33 mil tratores e 5,6 mil colheitadeiras".
O superintendente do Bndes ainda explicou que o orçamento do banco para este ano é de R$ 34 bilhões, volume de recursos que considera suficiente para atender à demanda da economia brasileira. Metade destes recursos são distribuídos diretamente pelo banco, para atender a grandes projetos, e a outra metade é distribuída pela rede de 183 bancos que funcionam como agentes do organismo.