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Bolívia pode exportar sêmen e embriões para o Brasil

A questão começou a ser debatida durante a Expogrande deste ano


O II Fórum Internacional Brasil-Bolívia, realizado na quinta-feira (23-09) na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, concluiu que a Bolívia poderá num futuro próximo exportar sêmen e embriões bovinos para Mato Grosso do Sul e os demais estados brasileiros, e não só importar. O fórum foi organizado pela Asocebu (Associação Boliviana de Criadores de Zebu) e a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), com a participação de autoridades sanitárias dos dois países.

A questão começou a ser debatida durante a Expogrande deste ano. Agora, há uma possibilidade real de se tornar uma realidade. “À Bolívia caberá, concluindo que detém toda uma sistemática de controle sanitário no país, requerer a abertura da exportação – de sêmen e embriões bovinos”, explica o presidente da Acrissul, Francisco Maia. De posse deste documento formal, o Ministério da Agricultura automaticamente fará a autorização, reforçou o próprio diretor do Departamento de Saúde Animal, Jamil Gomes de Souza, que na solenidade representou o MAPA. O próximo passo do fórum internacional é buscar a liberação da exportação da Bolívia de reprodutores e matrizes em pé para o Brasil, bem como a livre participação em feiras e exposições.

O fórum foi realizado durante a Expocruz, feira que reúne cerca de 20 países expositores em Santa Cruz de la Sierra e que já se tornou uma referência na pecuária boliviana, recebendo anualmente cerca de 450 mil visitantes. Para o presidente da Asocebu, Maurício Humboldt Gutierrez, “este é um momento extremamente importante, pois colocará a Bolívia num mercado forte e competitivo na América do Sul”. A Bolívia possui um rebanho bovino de corte de 8 milhões de cabeças, sendo que 50% deste plantel encontra-se na região de Santa Cruz de la Sierra.

Ao defender o fim das restrições, Gutierrez afirmou que a Bolívia reúne todas as condições de produzir muito mais. “Há investimentos históricos em genética de qualidade na Bolívia. Temos controle organizado dos registros de animais e a pecuária boliviana ganha cada vez mais reconhecimento do mercado”. Este ano a associação (Asocebu) completa 35 anos de existência.

Para Guilherme Bumlai, presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores de Nelore (Nelore-MS) e diretor da Associação Nacional dos Criadores de Nelore, que acompanhou a missão brasileira, a Bolívia detém tecnologias e material genético também para contribuir para o crescimento e melhoramento da genética bovina do Brasil. “E isso beneficia sobremaneira o Mato Grosso do Sul, estado fronteiriço com quem os bolivianos já mantêm uma relação comercial histórica”. A diretora da Iagro-MS, Maria Cristina Carrijo, também participou do encontro.

O presidente da Acrissul, Francisco Maia, lembrou que a pecuária brasileira cresceu, enfrentou e enfrenta diversas barreiras, mas está vencendo. É o maior exportador de carne bovina do mundo. Em 1970 o país saiu de uma produção de carne de 2,5 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas de carne/mês, com o mundo inteiro consumindo a proteína animal brasileira. “Acreditamos que nossa vizinha Bolívia também fará o que for necessário para vencer quaisquer barreiras, principalmente as sanitárias. Esse fórum serve exatamente para isso – para reduzir as diferenças entre os países co-irmãos e de estimular a diversidade econômica”, concluiu.

As informações são da assessoria de imprensa da Acrissul.

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