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Boom de fertilizantes pressiona portos

Investidores de açúcar ficam preocupados com possíveis filas


O analista de commodities Michael Cordonnier alertou sobre atrasos de até 23 dias dentro de barcos aguardando para desembarcar fertilizantes no Brasil, para alimentar a demanda por nutrientes, que deverá bater o recorde de 25,9 milhões de toneladas neste ano, contra 24,5 mi toneladas do ano passado.

Esta situação ocorre ao mesmo tempo em que investidores de açúcar estão de olho no congestionamento do porto brasileiro por medo de repetir as filas do ano passado, que atrasaram bastante as remessas do Brasil, considerado maior exportador do produto no mundo, o que contribuiu para aumento do preço.

Já Thomas Kujawa, da Sucden Financial, de Londres, diz que haverá aumento na construção de novos navios no porto brasileiro.

“Espaço é limitado”
Quando perguntado se o congestionamento nas importações de fertilizantes afetaria a exportação de açúcar do Brasil, Cordonnier disse à Agrimoney.com “tenho que dizer sim. O espaço é limitado”.

Paranaguá, principal porto de negociações de fertilizante do Brasil, é também um dos dois maiores portos de açúcar, juntamente de Santos – que também detém uma grande parte de fertilizantes.

Alcançando os melhores preços?
O aumento do apetite brasileiro por fertilizantes vem dos agricultores que buscam aumentar a produção para obter melhores preços nos produtos.

Além disso, produtores deste segundo maior exportador de soja, terceiro maior produtor de milho e maior produtor de café e açúcar estão novamente comprando fertilizantes mais cedo este ano, padrão que vem sendo repetido após 2008, quando os preços dispararam.

Segundo Cordonnier, apesar de tipicamente os produtores brasileiros comprarem 35% de nutrientes na primeira metade do ano, em 2011 esta proporção deve chegar a 45%.

No ano passado, uma tonelada de fertilizantes custou o equivalente a 29 sacas de soja, ou 1,4 toneladas, comparado com 40 sacas, ou 2,4 toneldas, de 2008.

Demanda forte
O aumento nas importações de fertilizantes no Brasil para atender ao aumento da demanda foi confirmada pela Anda, Associação Nacional de Difusão de Adubos, e pela Vale, gigante dos minérios de ferro e potássio, que previram um crescimento de 15% na importação de potássio neste ano, assim como o aumento de preços.
“O preço do potássio está repercutindo a onda dos preços dos alimentos”, diz assessoria da Vale. “Duas das principais culturas chaves do potássio, milho e cana-de-açúcar, estão com preços acima daqueles de 2008. Portanto, a demanda está muito forte”.

O grupo revelou que a divisão de nutrientes da Vale Fertilizantes alcançou rendas de R$114 milhões no primeiro trimestre do ano, R$7 mi a mais que o ano passado, ajudado por uma série de aquisições.

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