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Bovinocultura: ‘Travas’ de preços garantiram rentabilidade no confinamento

Poucos confinadores em MT ainda se arriscam no mercado futuro


O custo da matéria-prima alto, a economia interna instável e a demanda retraída poderiam ser os grandes vilões da pecuária neste ano, mas o terceiro e último levantamento das intenções de confinamento de Mato Grosso em 2015 apontaram oportunidades negociais que fizeram a diferença na comercialização do rebanho confinado e com as ferramentas corretas, a atividade garantiu renda ao criador de até R$ 70 por animal.

Do total confinado em 2015, 669.983 mil cabeças, uma parcela de 12,8% das comercializações utilizaram o hedge, uma trava de garantia de preços. Foram 11,2% de negociações a termo e 1,6% de vendas na BM&F. Segundo simulações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), quem utilizou as vendas futuras no início da temporada do confinamento de 2015 teve margem positiva de R$ 70,04 por animal. Em contrapartida, o pecuarista que vendeu a produção no balcão, teve margem negativa de R$ 17,08/cabeça.

Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Olmir Cividini, essa análise de mercado futuro faz toda a diferença para o produtor. “O confinamento é uma estratégia de alto risco e todas as ferramentas que minimizem perdas devem ser utilizadas”.

Para o gerente de projetos da Acrimat, Fábio Silva, as duas modalidades de comercialização antecipada do boi gordo exigem atenção e conhecimento de mercado. “A procura maior pelo boi a termo tem motivo claro, já que representa uma relação direta e benéfica entre pecuarista e frigorífico que faz a comercialização antecipada da produção”. Ainda segundo o gerente de projetos, quem prefere comercializar na BM&F deve lembrar que é necessário a contratação de profissionais habilitados e ter caixa disponível para ‘cobrir’ os ajustes diários que ocorrem na Bolsa. “As ferramentas de negociação estão disponíveis, é preciso saber utilizá-las”, destacou Fábio.

A estabilidade da pecuária também reflete nas intenções de confinamento. Apesar do alto preço da arroba, houve queda da oferta do boi gordo e diminuição na demanda, o que garantiu um crescimento de 5,2% nas intenções de confinamento, fechando um total de 669.893 cabeças. O equilíbrio também se manteve nos números regionais. Nas regiões oeste e centro-sul, onde há melhor preço do boi gordo e disponibilidade de animais para a reposição, o rebanho confinado cresceu. Já nas regiões médio norte e sudeste, com dependência de compras de animais para reposição, o confinamento diminuiu.
 

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