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Brasil, China e Uruguai são opções à Stora Enso

Em entrevista nesta sexta-feira, o vice-presidente da Stora Enso na América Latina, Otávio Pontes, afirmou que a empresa, uma das maiores produtoras de papéis do mundo, trabalha com diferentes planos de expansão


O Brasil concorre com pelo menos outros dois países, China e Uruguai, por futuros investimentos da sueco-finlandesa Stora Enso, sócia da brasileira Aracruz na produtora de celulose Veracel, instalada no sul da Bahia.

Para a companhia, a aquisição de ativos também poderá ser avaliada no País, porém a prioridade será em projetos "greenfield".

Em entrevista nesta sexta-feira, o vice-presidente da Stora Enso na América Latina, Otávio Pontes, afirmou que a empresa, uma das maiores produtoras de papéis do mundo, trabalha com diferentes planos de expansão.

"Talvez tenhamos até muitas cartas na manga", comentou. "Mas, neste momento, todos os investimentos estão parados (por causa da crise)".

Há alguns meses circula no mercado rumor de que a Stora Enso poderia fazer uma oferta pela fatia de 50% da Aracruz na Veracel, cuja produtividade é a melhor do mundo para o setor de celulose.

O rumor veio na esteira da perda bilionária da Aracruz com instrumentos derivativos, o que também abriu portas para a aquisição da empresa pela Votorantim Celulose e Papel.

Conforme Pontes, a Veracel - cuja capacidade de produção é superior a 1 milhão de t por ano - constitui um ativo estratégico para a Stora Enso, mas nunca houve conversas sobre compra ou venda entre as sócias.

"A Veracel é um modelo que deu certo e a expansão da unidade é um projeto interessante."

Acerca da compra da Aracruz pela VCP, dando origem à Fibria, o executivo da Stora Enso disse que ainda não houve um contato formal com a nova direção.

"Estava até difícil um contato, porque eles (Aracruz e VCP) estavam às voltas com a fusão. Agora talvez as coisas voltem ao normal", afirmou.

Nos três países que poderão receber investimentos, a Stora Enso possui área plantada de eucalipto e pinus suficiente para abastecer novas fábricas de celulose.

Novas linhas de produção do insumo, contudo, somente devem entrar em operação quando a economia da Europa, principal mercado para os papéis produzidos pela Stora Enso, der sinais sólidos de recuperação.

"Produzimos celulose para abastecer nossas fábricas de papel e não para vender no mercado", ressaltou Pontes.

Atualmente, a Veracel, cujo projeto de duplicação foi suspenso em decorrência da crise financeira, conta com 91,4 mil hectares de eucalipto na região da unidade. Ainda no Brasil, no Rio Grande do Sul, a Stora Enso tem outros 20,5 mil hectares de plantio.

No Uruguai, após uma parceria com a chilena Arauco para aquisição dos ativos da espanhola Ence, são 123 mil hectares de florestas de eucalipto e pinus - além da base florestal em terras chinesas.

"Todos os projetos são interessantes. A questão é o mercado de papel, principalmente o europeu, dar sinais mais concretos de retomada", comentou o executivo.

Anualmente, a Stora Enso pode produzir 12,7 milhões de t de papéis e cartões, "praticamente o dobro da capacidade brasileira". Com o agravamento da crise global, entretanto, a empresa tem se deparado com a necesidade de fechar fábricas de papéis, especialmente na Finlândia.

Nesse cenário, segundo Pontes, ter matéria-prima de qualidade e baixo custo ganha ainda mais relevância. Na Veracel, por exemplo, o custo da tonelada de celulose colocada em Amsterdã gira em torno de US$ 220, o equivalente ao preço da madeira no mercado europeu que ainda terá de ser transformada em celulose.

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