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Brasil abre nova rota para escoamento de soja pelo Norte

Margens defasadas devem durar mais dois ou três meses


BARCARENA, Pará - O Brasil inaugurou nesta sexta-feira (25) um terminal de embarques de grãos na cidade de Barcarena, no Pará, abrindo uma nova rota de escoamento de produtos agrícolas que utiliza a BR-163 e os rios Tapajós e Amazonas.

A operação do novo corredor logístico começa por um terminal da Bunge, mas diversas empresas já investem na região com o objetivo de elevar a sua competitividade na exportação de soja e milho, já que o sistema promete reduzir custos da cadeia produtiva.


Conheça mais detalhes da nova rota:

* O terminal de Barcarena, na região metropolitana de Belém, no Pará, receberá barcaças fluviais e caminhões com soja e milho, viabilizando a exportação por um caminho mais curto para a Ásia e a Europa.

* A capacidade de escoamento da Bunge (terceira maior empresa exportadora do Brasil) neste novo complexo logístico ainda em 2014 é de até 2,5 milhões de toneladas de grãos. Nos próximos anos, operando com capacidade total, a empresa deverá exportar por lá 4 milhões de toneladas por ano.

* Os grãos serão originados no norte de Mato Grosso, principal região produtora do país, e seguirão rumo ao norte, cruzando o Pará pela BR-163, até um terminal de transbordo no distrito de Miritituba, município de Itaituba, onde o produto será embarcado em balsas.

* As balsas farão o transporte entre Miritituba e Barcarena percorrendo mais de 1.000 quilômetros pelos rios Tapajós e Amazonas.

* O terminal de Barcarena tem capacidade estática para armazenar 150 mil toneladas de grãos, ou cerca de 2,5 navios Panamax de aproximadamente 65 mil toneladas (categoria máxima que os canais da região podem receber no momento).

* A Bunge investiu 700 milhões de reais no complexo Miritituba-Barcarena.

* Até o final de 2015, a Bunge estima que Barcarena será seu segundo maior terminal exportador no Brasil.

* O terminal de Barcarena receberá 85 por cento dos grãos por barcaças e 15 por cento por caminhões.

* Cada comboio que faz o trajeto entre Miritituba e Barcarena tem 20 barcaças, em uma capacidade total de 40 mil toneladas de grãos, equivalentes a 1.000 caminhões.

* O terminal de Barcarena deverá dar prioridade para exportação de soja no primeiro semestre de cada ano e abrir espaço para milho ao final do ano, no momento em que o Brasil colhe a segunda safra do cereal.

* Os caminhões que sairão do norte de Mato Grosso até Miritituba percorrerão aproximadamente 1.000 quilômetros pela BR-163. Para levar a mesma carga até os portos de Santos e Paranaguá, no litoral Sul-Sudeste do país, o trecho rodoviário ultrapassa 2.200 quilômetros.

* O Movimento Pró-Logísitica, dos produtores rurais de Mato Grosso, estima que a redução do trecho percorrido de caminhão (modal mais caro) e o uso de hidrovias (mais barato) trará uma economia de 34 por cento para o frete entre as fazendas e os portos.


* Quando a ampliação do Canal do Panamá estiver concluída, possivelmente em 2015, terminais na região de Barcarena, também conhecida como Vila do Conde, serão os com a menor distância entre Brasil e China (20.100 km). O porto também estará mais próximo da Europa (7.750 km) do que os do Sudeste, permitindo uma economia adicional com frete marítimo.

* A BR-163, peça fundamental, do novo corredor logístico, foi inaugurada na década de 1970, mas não chegou a ser asfaltada. O trabalho de pavimentação está em andamento há cinco anos, com prazo de entrega sucessivamente postergado. A previsão mais recente do governo federal é de conclusão em 2015. As condições ainda ruins da rodovia dificultam o uso mais amplo da rota pelas empresas exportadoras.

* Pelo menos sete empresas já compraram terreno ou manifestaram interesse de instalar terminais de transbordo às margens do Tapajós, em Miritituba. A previsão da associação que reúne os terminais da região é inaugurar praticamente uma nova unidade por ano no distrito.

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