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Brasil deve ser maior exportador mundial de grãos em cinco anos

Expectativa é que o país ultrapasse os EUA com seu potencial agrícola


Foto: Eliza Maliszewski

A agricultura do Brasil avança a cada ano e da mesma forma a safra de grãos. Na safra 2019/20 foram mais de 256 mil toneladas e nesta são esperadas 272 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma alta de 6%. Alimentando cerca de 800 milhões de pessoas pelo mundo, o potencial é ainda maior.

Segundo a Embrapa o país vai chegar a ser o maior exportador de grãos do mundo em cinco anos, ultrapassando inclusive os Estados Unidos. Os números explicam. Nos últimos 20 anos (2000 a 2020), a produção brasileira de grãos cresceu 210%, enquanto a mundial aumentou 60%. Em dez anos a participação do Brasil no mercado mundial de alimentos saltou de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões, tendo como destaque carne, soja, milho, algodão e produtos florestais. De 2011 a 2020, cresceu no Brasil 5,33% ao ano, enquanto a do mundo em 2,03% ao ano. Isto significa que o Brasil cresceu mais do que o dobro do mundo

A expectativa é que a produção brasileira atinja 3% de crescimento mundial em cinco anos. “E até 2050 a produção brasileira de grãos poderá superar os 500 milhões de toneladas, sendo ainda mais importante para a segurança alimentar do mundo”, acrescentou o pesquisador Científico e Gerente de Inteligência da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, Elisio Contini.

O pesquisador ainda lista outros fatores que beneficiam o país: grande quantidade de terras agriculturáveis, tecnologias com potencial de aumentar ainda mais a produção, como sementes melhoradas, insumos eficientes, maquinaria da melhor qualidade no mundo e sistemas de produção eficientes como o plantio direto, integração lavoura-pecuária. Para ele falta divulgar melhor o agronegócio brasileiro no exterior, investir em infraestrutura e questões ambientais.

“Parte dos 160 milhões de hectares de pastagens pode ser convertida para a produção de grãos, tem regime de chuvas regulares como nos cerrados, líderes mundiais em tecnologia tropical e agricultores competentes”, argumentou, ao lembrar que as terras disponíveis para agricultura em outros países, como os Estados Unidos, estão praticamente esgotadas.

A afirmação tem por base o estudo “O Agro brasileiro alimenta 800 milhões de pessoas”, divulgado recentemente pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, tendo como autores Elisio Contini e Adalberto Aragão.
 

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