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Brasil dobrará a exportação de frango à China neste ano

Volume de embarques pode chegar a 300 mil toneladas


País recebe pedido chinês para habilitar 41 novas plantas de abate de aves em 2011 e o volume de embarques pode chegar a 300 mil toneladas

São Paulo - A China pretende habilitar ainda este ano mais 41 plantas frigoríficas brasileiras para embarque da carne de frango. Com isso a expectativa é de que o país asiático salte das atuais 130 mil toneladas de importação para aproximadamente 300 mil toneladas, figurando entre os cinco principais compradores de aves do Brasil.

Depois da missão brasileira na China que, além de abrir o mercado de exportação de suínos do Brasil também gerou parcerias para a soja, o algodão, e o tabaco, o setor de aves também está comemorando. Isso porque o Brasil, que atualmente possui 25 plantas habilitadas pelos chineses, gerando 130 mil toneladas em vendas para a China, deve habilitar no segundo semestre deste ano mais 41 plantas para embarcar aves para aquele país.

Segundo o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, a missão brasileira levou à China apenas 25 plantas para a habilitação, mas recebeu uma contraproposta de mais 16 novas plantas. "Levamos 25 questionários prontos para eles habilitarem. Ao chegar lá, o nosso representante recebeu indicação de que todas elas seriam licenciadas. Os chineses, no entanto, nos pediram para enviar o questionário de mais 16 plantas. Então o Brasil deve ainda este ano, acrescentar mais 41 plantas exportadoras", garantiu ele ao DCI.

Recentemente, os Estados Unidos, que eram o maior exportador de frango à China, bloquearam a importação de pneus chineses para aquele país. Em contra partida, os asiáticos colocaram uma taxa antidumping de 105% para as importações de aves norte-americanas, reduzindo drasticamente as exportações daquele país. Com isso, o Brasil abocanhou boa parte desse volume demandado.

Turra disse que as plantas serão liberadas somente depois de o Brasil enviar o questionário das 16 novas empresas, fato este que deve gerar um incremento de 131% do volume de embarques para a China. "As empresas estão muito interessadas, apesar de o questionário ser muito difícil e complicado e passar pela aprovação do nosso ministério. Creio que em dois meses conseguiremos mandar todos os documentos, e em 90 dias podemos conseguir a aprovação de todas as unidades. Com essas habilitações podemos chegar a 300 mil toneladas este ano", comemorou ele.

Entre as novas plantas aprovadas está o frigorífico da Aurora, recém-arrendado da empresa Avipar, com capacidade de processar até 130 mil animais por dia. Para o presidente da empresa, Mário Lanznaster, este é um grande momento para a avicultura brasileira. "O mercado mundial de frangos é muito bom e a carne de frango vende bem. O Brasil tem de aproveitar este momento para estreitar ainda mais as relações com a Ásia", disse, em entrevista exclusiva para o DCI.

Lanznaster afirmou que, além dessa unidade recém-arrendada, a empresa já estuda arrendar mais uma unidade frigorífica em Santa Catarina e não descarta novos negócios. "Hoje temos capacidade de processar mais de 500 mil aves por dia, e exportar 5 mil toneladas por mês com apenas quatro plantas. Já estamos avaliando mais um arrendamento em Santa Catarina, e é claro que se soubermos de um bom negócio, vamos conferir", disse ele, e brincou, dizendo que vender frango ao mundo é muito fácil, dado o valor do produto, e sua aceitação. A Aurora tem três plantas habilitadas e já exporta à China.

O presidente da Ubabef acredita que a China, que este ano passou a figurar entre os dez maiores compradores de frango do Brasil, pode alcançar a quarta posição com a habilitação destas novas plantas. "Este ano ainda não teremos uma performance tão boa, mas a partir de 2012 teremos uma grande demanda. Eles já estão em nono lugar na relação de maiores importadores do Brasil, pela primeira vez. Se eles chegarem a 300 mil toneladas subirão para o quarto lugar, atrás apenas de Oriente Médio, União Europeia e Japão", finalizou ele, dizendo que o Brasil pode aumentar sua produção a qualquer instante para atender a demanda. Com isso, se o câmbio mais baixo estava gerando preocupações ao setor, essas exportações chinesas devem aliviar a tensão que paira sobre os frigoríficos.

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