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Brasil e China entram em acordo sobre comércio de soja e óleo


Brasil e China entraram em acordo sobre questões sanitárias para produtos como soja e óleo de soja que deve ajudar a evitar possíveis problemas no comércio da safra sul-americana, que se aproxima. Gilson Westin Cosenza, do Ministério da Agricultura brasileiro, disse à Reuters numa entrevista por telefone de Pequim que as autoridades de quarentena chinesas haviam garantido que seus novos padrões de segurança sanitária para óleo de soja bruto não iriam dificultar o comércio.

A China, maior importador mundial de soja, também prometeu ao Brasil que não iria rejeitar imediatamante os carregamentos de soja brasileira mesmo se fossem encontrados traços do fungicida carboxin, além de informar que a compra de grãos transgênicos já estava regularizada.

No passado, a China havia imposto uma política de tolerância zero em relação ao carboxin, o que levou o país a rejeitar alguns embarques do Brasil, causando grandes prejuízos aos fornecedores e também aos importadores chineses.

Referindo-se ao fungicida Carboxin, Westin afirmou:"Se eles encontrarem alguma coisa, eles notificarão a embaixada brasileira para evitar que carregamentos sejam imediatamente rejeitados... O acordo estabelece que a China está pronta para discutir o nível de tolerância de Carboxin".

"O encontro foi muito proveitoso," disse Westin, assessor de assuntos internacionais do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal (DDIV) do ministério. Questionado sobre o comércio de soja transgênica do Brasil, Westin afirmou: "Não há problemas nesta área. Novos documentos já foram fornecidos".

Uma autoridade do Ministério da Agricultura da China confirmou que importadores poderiam voltar a pedir licenças para a importação de soja transgênica do Brasil.

Pequim havia deixado de aceitar tais aplicações do Brasil desde o começo do ano, afirmando estar esperando novos documentos que garantissem a segurança do produto transgênico.

A questão atingiu um ponto delicado na relação entre importadores chineses e fornecedores internacionais diante da proximidade da época de compra da safra de soja sul-americana, que se intensifica em março, e tendo em vista os recentes problemas na área.

A China importou 18,03 milhões de toneladas de soja de janeiro à novembro de 2004. Deste total, 5,49 milhões vieram do Brasil, que também exportou 802.592 toneladas de óleo de soja ao país.

Em outubro, a China introduziu novos padrões de segurança sanitária para diminuir o nível de hexano em óleo de soja bruto, um produto intermediário que precisa ser refinado para o consumo humano.

O hexano, utilizado para extração de óleos comestíveis de oleaginosas, pode causar dores de cabeça e outros problemas de saúde se ingerido em alta dose por humanos.

Grupos industriais da Argentina, maior exportador de óleo de soja do mundo, e também do Brasil afirmaram que as exigências chinesas para o nível permitido de hexano no óleo eram impossíveis de serem cumpridas.

O funcionário brasileiro afirmou, no entanto, que o acordo não quer dizer que a China vai modificar os critérios sanitários que adotou. Segundo ele, a China apenas informou que os novos padrões não deverão prejudicar o comércio do produto.

Segundo ele, os dois países também entraram em acordo para analisar os riscos da presença de pragas nas frutas, que deve abrir caminho para o comércio de maça, frutas cítricas, uva e pêra.

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