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Brasil e países árabes negociam US$ 12 bilhões

Países também assinaram acordo de blockchain para integrar sistemas


Foto: Divulgação

As relações entre o Brasil e os países árabes são estreitas e devem se estreitar ainda mais, como disse o presidente Jair Bolsonaro na abertura do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Cerca de 30 empresas brasileiras já mantém negócios e escritório por lá.

A Liga Árabe é um bloco econômico formado por 22 países e a exportação brasileira em 2019 cresceu 8% de janeiro a novembro. Os países árabes se mantiveram como o terceiro principal destino das exportações brasileiras. Os principais produtos vendidos a carne de frango, açúcar, minério de ferro, carne bovina (10%) e milho (9%) e grãos como milho, arroz e soja. O Brasil também compra dos países árabes produtos como combustíveis minerais, fertilizantes e uma pequena parcela de produtos plásticos e alumínio.

Neste ano o saldo da receita entre as nações deve ser ainda maior. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, observou que o comércio entre o Brasil e o mundo árabe atingiu US$ 12 bilhões no ano passado. De janeiro a setembro deste ano o fluxo de exportações e importações já alcançou quase US$ 9 bilhões, reflexo do impacto da pandemia. 

O ministro prevê que o comércio bilateral deverá chegar muito próximo da mesma receita obtida no ano passado. Sem pandemia ele aposta que o fluxo seria da ordem de US$ 25 bilhões. "Isso é extremamente animador porque é muito importante que o Brasil possa cumprir a sua missão na área de segurança alimentar, especialmente junto à comunidade árabe. E o Brasil se orgulha de contribuir para a consolidação de nossa parceria comercial com a comunidade árabe", assinalou. 

Outro ponto destacado pelo ministro brasileiro é o potencial de investimentos provenientes dos fundos soberanos árabes para a economia brasileira. Principalmente com a participação dos fundos globais em projetos de comércio e parcerias (PPI). Ele lembrou que o Fundo Soberano do Catar é o único que já investiu recursos financeiros nesse modelo de parceria com foco em petróleo e gás no mercado brasileiro. Ernesto Araújo assinalou que o Brasil oferece um arcabouço de segurança jurídica, visando dar tranquilidade e confiança aos países árabes ao investir no país.

O vice-presidente de relações institucionais da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Osmar Chohfi, destacou que no caso da relação comercial entre o Brasil e os Países Árabes, a pandemia criou um estímulo a uma maior cooperação. "Os nossos parceiros árabes valorizaram a relação com o Brasil, que fornece com qualidade e previsibilidade, parcela das mais expressivas da segurança alimentar de milhões de pessoas naquela região", disse.

Segundo ele, nos últimos meses, a Câmara Árabe recebeu muitas solicitações de importadores para encontrar fornecedores brasileiros aptos a atender às necessidades de importação definidas para reforçar os estoques de alimentos no mundo árabe.

Acordo de blockchain

Também durante o evento foi assinado virtualmente o “Memorando de Integração Blockchain Brasil-Árabe”. Estiveram presentes, nesta importante assinatura, virtual representantes da câmara de Comércio Árabe Brasileira e presidentes de associações de proteínas animal e certificadoras halal, entre elas a Cdial Halal.

O acordo vai permitir integrar os sistemas, tanto dos certificadores, ministérios, câmaras de comércio de forma que irá agilizar todo o processo de documentação, proporcionando maior credibilidade para o sistema de certificação halal, maior rastreabilidade de toda a cadeia produtiva e mais credibilidade para o produto brasileiro. “Com certeza facilitará os trâmites comerciais”, ressalta Ali Saifi, CEO da Cdial Halal.

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