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Brasil encontra dificuldades em estabilizar produção de trigo

A avaliação é da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul


A economista Vivian Fürstenau, da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio Grande do Sul, com base em estudo publicado na edição de novembro da Carta de Conjuntura FEE afirma que "o Brasil, que havia chegado perto da auto-suficiência na produção de trigo na década de 1980, tem assistido, desde lá, a bruscas e significativas variações do volume produzido".

Segundo a economista, os dois últimos anos daquela década já apresentavam queda na produção, mas foi com a abertura da economia no governo Collor, com o setor passando a enfrentar concorrência internacional, e com a retirada dos subsídios à produção nacional de trigo naquele mesmo governo, que ocorreram as maiores quedas no volume produzido, diz ela.

"A importação de trigo de qualidade superior e a preços menores do que o nacional foi um dos fatores que desencadearam o movimento de redução da produção no Brasil", observa Fürstenau. Ela lembra que a cultura apresentou queda de produção até 1995, quando atingiu seu menor volume, que foi 1,5 milhão de toneladas.

Para Fürstenau, a desvalorização cambial de 1999, que poderia ter revertido a situação com a inibição das importações, teve pouco efeito, por ter ocorrido em um período de retração dos preços internacionais. "Somente em 2003, num cenário externo de preços em alta, houve incentivo à produção do grão, assim como para toda a produção agrícola brasileira", disse.

A alta dos preços no mercado internacional - comentou a economista - deu novo fôlego à cultura, que atingiu, em 2003, uma produção de 6 milhões de toneladas. Em 2004, a safra teve volume semelhante. "No entanto, a safra 2005, que foi 20% menor do que a de 2004, foi reflexo da valorização da moeda brasileira, e as previsões para 2006 sinalizam nova queda, já que as estimativas indicam uma redução de 45% em relação ao total produzido no país em 2005", analisa a economista.

Vivian Fürstenau sustenta que, apesar de a produção de trigo do Rio Grande do Sul ter demonstrado instabilidade maior que a nacional em função de problemas climáticos, ela tem acompanhado a tendência nacional. Desde a década de 1980, a produção tritícola estadual vem mantendo uma participação em torno de 30% do total produzido no país.

No começo dos anos 1990 a participação cresceu e chegou a ser responsável por quase 42% do total do trigo nacional em 1993. Depois disso, houve um pequeno recuo - a participação foi instável até 1999. "A partir daí, a produção estadual apresenta um crescimento consistente, atingindo, em 2003, o ápice em termos de volume", afirma Fürstenau. Porém, em 2005, a queda na produção gaúcha de trigo foi superior à nacional". As informações são da assessoria de imprensa do governo do Estado do Rio Grande do Sul.

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