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Brasil importou 188 mil toneladas de arroz dos EUA desde dezembro de 2002


O total das importações brasileiras de arroz oriundo dos Estados Unidos atingiu 188 mil toneladas desde dezembro do ano passado até março. Esta afirmação é do diretor de mercado da Federarroz, Marco Aurélio Tavares. Ele ressalta que o Brasil já é o terceiro maior comprador do produto norte-americano. Para maio, duas empresas do Rio Grande do Sul (este considerado o maior produtor do país) irão receber mais 70 mil ton.

Tavares afirma que o aumento da procura do Brasil pelo produto dos EUA acarretou na alta dos preços no mercado internacional, e, conseqüentemente, no mercado interno. “Em razão da demanda brasileira, a cotação do arroz teve alta no mercado internacional e isso influenciou nos preços do país. Isso acontece porque nessa época do ano os EUA estão na entre-safra, o que diminui a disponibilidade do produto”, explica.

Os Estados Unidos produz atualmente entre 7 milhões e 8 milhões de toneladas de arroz, inferior aos 11 milhões de ton do Brasil. Mesmo produzindo menos, o arroz dos EUA está encontrando facilidade em entrar no país em razão da queda da Tarifa Externa Comum (TEC) em dezembro do ano passado, quando o arroz em casca caiu de 14% para 11,5% e o beneficiado de 18% para 13,5%. Outro fator favorável ao país do hemisfério Norte, conforme Tavares, se diz respeito à adoção de uma política comercial ‘agressiva’. “Tanto o arroz beneficiado quanto o em casca dos Estados Unidos apresentam preços inferiores em comparação com o produto tailandês, que é de segunda linha, e o vietnamita”, afirma.

A grande preocupação para os produtores brasileiros é a safra norte-americana que inicia no segundo semestre, quando o Brasil estará na entre-safra e as indústrias terão que recorrer às importações, caso não haja arroz nos estoques do país. O presidente da Associação Brasileira da Cadeia Produtiva do Arroz (Abrarroz), Artur Albuquerque, acredita que, mesmo ocorrendo quebra de safra no país, o abastecimento tende a se manter estável até o final do ano em decorrência da colheita regular do Centro-Oeste. Ele finaliza alertando que as indústrias brasileiras precisam tomar cuidados redobrados quanto às condições fitossanitárias do produto dos EUA. “Algumas indústrias do Rio Grande do Sul importaram em fevereiro 60 mil toneladas de arroz norte-americano, sendo que 45 m il ton eram impróprias para consumo animal”, concluiu Albuquerque.

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