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Brasil inicia exportação de milho aos países árabes

A demanda do produto para etanol levou os importadores a buscar novos mercados


As exportações do Brasil para os árabes renderam US$ 3,233 bilhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 20,8% em comparação com o mesmo período de 2006, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12-07) pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. "Mais uma vez o comércio ultrapassou a meta que nós estabelecemos. No final do ano passado, estimamos um crescimento de 15% para 2007", disse o presidente da entidade, Antonio Sarkis Jr., durante entrevista coletiva realizada na sede da Câmara Árabe em São Paulo.

Entre os produtos novos, Sarkis destacou o milho. "Em 2005 e 2006 praticamente não houve exportação de milho, mas este ano ele entrou na pauta e temos sentido uma procura maior, principalmente no Norte da África", destacou. Em sua avaliação, outros países grandes produtores de milho têm usado seus estoques para a produção de etanol, o que leva os importadores a buscar novos fornecedores. "E o Brasil encabeça a lista destas opções, pois não utiliza o milho para a produção de etanol", acrescentou. Outras mercadorias novas na pauta do primeiro semestre foram os semimanufaturados de ferro e aço, tubos de aço e locomotivas diesel/elétricas.

Os principais destinos no período foram Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Marrocos. Houve também uma diversificação da pauta, foram comercializados 1.826 itens nos primeiros seis meses de 2007, ante 1.694 no primeiro semestre do ano passado, um acréscimo de 7,79%.

Os produtos do agronegócio responderam por 65,53% do total exportado. Os embarques do setor somaram US$ 2,12 bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 29,22% em relação aos primeiros seis meses de 2006. As principais mercadorias agropecuárias exportadas foram carnes de frango e bovina, cujos embarques renderam US$ 981,3 milhões, um aumento de 44,8%; complexo sucroalcooleiro (US$ 708 milhões, um crescimento de 4,4%); complexo soja (US$ 129 milhões, 43,3% a mais); produtos florestais (US$ 68 milhões, 54% a mais) e café (US$ 60 milhões, 78% de aumento).

"Todos os índices com os quais trabalhamos e avaliamos foram positivos", afirmou Sarkis. "Existe uma tendência forte do Brasil se tornar cada vez mais uma alternativa para os empresários árabes, que estão acostumados a ter como fornecedores os Estados Unidos e a Europa", acrescentou.

Segundo ele, isso de deve à aproximação política entre o Brasil o mundo árabe, ao trabalho de promoção comercial e cultural da Câmara Árabe, ao reconhecimento da qualidade e competitividade dos produtos brasileiros, à neutralidade do país em relação às causas árabes, ao profissionalismo das empresas nacionais e ao excesso de liquidez existente no mundo árabe. De acordo com Sarkis, os países árabes como um todo estão tendo em média um superávit comercial anual em torno de US$ 200 bilhões.

Já as importações de produtos árabes somaram US$ 2,65 bilhões no primeiro semestre, o que levou a corrente comercial para US$ 5,9 bilhões. O petróleo, segundo Sarkis, respondeu por mais de 85% do total comercializado pelos árabes. As informações são da assessoria de imprensa da Câmara Árabe.

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