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Brasil pode ajudar no combate à fome mundial com conhecimento, diz FAO

O representante da ONU no Brasil foi um dos presentes no evento que reuniu várias lideranças do setor em Londrina nesta segunda-feira


O representante da ONU no Brasil foi um dos presentes no evento que reuniu várias lideranças do setor em Londrina nesta segunda-feira
 
Setenta por cento das pessoas que passam fome no mundo são pequenos agricultores. Essa foi uma das afirmações de impacto da palestra ministrada hoje pelo representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Hélder Muteia, durante o Rural TecnoShow 2011, evento focado em tecnologia e sustentabilidade promovido pela Sociedade Rural do Paraná (SRP) em parceria Agronegócio Gazeta do Povo, em Londrina, Norte do Paraná. Ele explica que os pequenos produtores que praticam agricultura de subsistência não têm renda para comprar variedades de alimentos e, por isso, não consomem outros produtos além daqueles que eles mesmos produzem.
 
Em sua palestra, A responsabilidade do Brasil no combate à fome mundial, Muteia afirmou que apesar do Brasil ter conseguido grandes avanços com relação ao aumento da produção de alimentos, ainda tem um caminho longo a percorrer. “Ainda tem gente passando fome aqui”, diz. Hoje, no mundo inteiro um bilhão de pessoas passa fome, isso representa uma em cada sete. A meta da FAO é que em 2015 o número de pessoas nessa situação seja reduzido à metade. Para que isso ocorra, Muteia diz que é preciso investir em pesquisa e tecnologia. “É no aumento de produtividade que vamos fazer a diferença. É preciso achar soluções para produzir mais”, ressalta.
 
Segundo ele, investimento é a palavra-chave para combater a fome. Investir no aumento da produtividade, infraestrutura, transporte, armazenamento e financiamento para que a produção de alimentos realmente seja eficiente. E é com o conhecimento obtido por meio de pesquisas realizadas por entidades como a Embrapa, a Emater e outras que o Brasil pode contribuir no combate à fome em vários países. “O Brasil tem grandes avanços na área tecnológica e conseguiu isso através de estudos. É preciso transferir a tecnologia do Brasil para outros países, mas por meio de uma cooperação horizontal e não apenas paternalista”, enfatiza Muteia.
 
Painel sustentabilidade
 
Outro ponto alto da Rural TecnoShow 2011 foi o painel sustentabilidade, tema central do evento, que contou com a presença do vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Osmar Dias, e o secretário executivo do Ministério da Agricultura (MAPA), José Carlos Vaz, mediado pelo gerente de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira. O debate intitulado “Depois da Revolução Verde, a Revolução Sustentável do ABC” teve como foco a questão da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que visa aumentar a produção agrícola aliada à preservação ambiental, com a perspectiva de diminuição de cerca de um bilhão de toneladas de CO².
 
Vaz destacou que o Plano ABC busca aperfeiçoamento contínuo dos sistemas e práticas do manejo sustentável e dentre as principais ações para início do processo estão a divulgação do plano, bem como do crédito rural aos produtores. Para Osmar Dias, o Plano ABC tem extrema importância ambiental, mas também no âmbito econômico e social. Osmar frisou que a tecnologia agrícola vem preservando cada vez mais as áreas ecológicas, ou seja, quanto mais capacitação e informação existir no campo, maior será a produção, mas também a preservação de muitas áreas que poderiam ser degradadas.
 
O evento contou ainda com a participação de autoridades do agribusiness brasileiro como representantes da secretaria estadual de Agricultura do Paraná (Seab), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Sistema Ocepar e Safras&Mercado, para discutir a sustentabilidade no campo ultrapassando a questão econômica, chegando até a social e ambiental.
 
Cerca de 300 pessoas entre produtores, técnicos, analistas, traders, pesquisadores, representantes de cooperativas e lideranças participaram do evento, realizado no Parque Governador Ney Braga.

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