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Brasil pode perder US$ 800 milhões com soja em 2005


O desempenho recorde das exportações de soja em 2004 dificilmente se repetirá em 2005, de acordo com exportadores. As receitas, projetadas em US$ 10,1 bilhões para este ano, devem cair US$ 800 milhões ou 8%, para US$ 9,3 bilhões em 2005. Sozinho, o complexo soja - composto por grão, óleo e farelo - responde por 11% das exportações brasileiras, o que faz dele o item número 1 da pauta de comércio exterior.

"Um ano difícil para a agricultura significa um ano difícil para o Brasil", diz Renato Sayeg, diretor da Tetras Corretora. A perspectiva de preços menores para a soja é alimentada pela supersafra que será colhida no Brasil, Estados Unidos e Argentina, os três maiores produtores mundiais do grão. Se a previsão de preços baixos tira o sono dos exportadores, o quadro não é diferente no campo, onde os agricultores estão em meio ao plantio de uma safra estimada em 60 milhões de toneladas, a maior da história nacional.

As plantadeiras e tratores estão trabalhando a pleno vapor pelo interior do País. Em alguns estados do Norte e Nordeste, os trabalhos foram prejudicados pelo atraso das chuvas. "É claro que estou preocupada com o atraso do plantio, mas ultimamente minha maior fonte de apreensão são os baixos preços da soja", diz a agricultora Isabel Cunha, de Luiz Eduardo Magalhães (BA).

"A medida recentemente anunciada pelo governo, de reduzir a sobrevalorização do real, vai beneficiar imensamente os produtores de soja no médio e longo prazo", diz um analista. "Foi uma ação sob medida para a agricultura", afirma. Ele diz que, com o quadro de grande oferta mundial de soja, somente o câmbio pode dar sustentação às exportações da oleaginosa e garantir para o governo mais um recorde na sua balança comercial.

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