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Brasil precisa intensificar combate ao greening

Especialista francês alerta para o crescimento da doença no Brasil


A captação de recursos para intensificar o trabalho de fiscalização e combate ao greening no Brasil é, para o fitopatologista francês Joseph Marie Bové, a única saída para o controle da doença. Bové, que há mais de 10 anos pesquisa o greening em todo o mundo, fez um alarmante discurso na sexta-feira (25-05), para representantes da indústria, citricultores, representantes do governo estadual e pesquisadores no Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Há três semanas no Brasil, Bové constatou um aumento das plantas infectadas pela bactéria causadora do greening e condiciona isso à mudança da legislação que passou ao produtor a responsabilidade pelas inspeções, no ano passado.

“Até a aprovação da Instrução Normativa nº 32, o Fundecitrus mantinha cerca de 800 inspetores, hoje esse número não passa de 70. A inspeção deve ser mais incisiva, é preciso, no mínimo, mil homens trabalhando na inspeção da doença, e rápido. Caso contrário, não vejo futuro para a citricultura brasileira”, alerta.

Desde a aprovação da Instrução Normativa nº 32, do Ministério da Agricultura, as campanhas de conscientização dos produtores têm aumentado em todo o Estado de São Paulo. Somente em 2007 já foram realizados mais de 190 palestras e treinamentos pelo Fundecitrus.

A despeito destes esforços, Bové considera absolutamente necessária a alocação de recursos adicionais para a realização dos trabalhos de inspeção e fiscalização nas áreas contaminadas.

De acordo com o pesquisador, a completa implementação da IN nº 32 exige tempo para que os produtores adquiram o devido conhecimento e conscientização, e até lá, é fundamental que o Fundecitrus mantenha equipe adequada para fazer o trabalho de inspeção e monitoramento nos cerca de 130 municípios onde a doença já está presente.

Para o presidente do Fundecitrus, Osmar Bergamaschi, não basta apenas alguns citricultores se preocuparem com o controle do greening. “O trabalho deve ser feito em conjunto. Não adianta uma propriedade fazer inspeção e erradicar as plantas doentes se na propriedade vizinha isso não é feito”, afirma. Segundo ele, o setor citrícola deve se mobilizar diante da seriedade do problema. “Há muita preocupação com a situação atual do greening, e os recursos captados pelo Fundecitrus, antes direcionados apenas para o controle e combate do cancro cítrico não estão sendo suficientes para a fiscalização das duas doenças”, diz. As informações são da assessoria de imprensa do Fundecitrus.

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