Governo, pecuaristas e frigoríficos devem se reunir novamente este mês para discutir uma proposta para certificação de propriedade com vistas à exportação de carne bovina para a União Européia. Em reunião na terça-feira (05-08), na Câmara Setorial da Carne Bovina, representantes de criadores e indústrias decidiram que vão formular propostas para a certificação por fazenda. As sugestões serão avaliadas pelo Ministério da Agricultura, que apresentará uma proposta final à União Européia em setembro.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura (Dipoa), Rui Vargas, disse que a certificação por propriedade reduziria os custos no caso das fazendas que já têm sistema de gestão da produção implantados e um processo de identificação própria. Hoje, os bois cuja carne é destinada à UE têm de ser identificados com um número do Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina).
Ele reiterou que a certificação por propriedade não exclui a necessidade de identificação individual. "O regulamento 1.760 da UE exige que todos os países que exportam para o bloco tenham identificação e registro de animais nas propriedades".
Vargas disse, porém, que se um criador garantir que seu sistema próprio de identificação é auditável, tal sistema será aceito pelo governo. Segundo ele, a certificação por propriedade agilizaria a entrada de animais na base de dados do Sisbov.
O coordenador da Câmara Setorial e do Fórum de Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antenor Nogueira, disse que os criadores irão se reunir dia 14 para discutir uma proposta de certificação por fazenda. Os criadores também sugeriram que as propriedades que fazem confinamento de animais e que mantêm números e registros do gado possam relacioná-los com o número do Sisbov, desde que possam ser auditados. A medida, que precisa ser aprovada pelo Ministério, valeria até 30 de novembro deste ano, segundo Nogueira.