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Brasil produz trigo de mesma qualidade que o argentino

O teor de W das cultivares brasileiras subiu 46 pontos nos últimos sete anos


A pesquisa agrícola “merecia uma medalha” por sua enorme contribuição para a melhoria da qualidade do trigo no Brasil. A afirmação foi do consultor Reino Rae, representante da JMacedo, empresa de processamento de trigo no Brasil, durante o VII Seminário Técnico de Técnico, que termina nesta quinta-feira (26-07), em Londrina (PR). Segundo levantamento apresentado por Rae, nos últimos sete anos, o teor de W das cultivares brasileiras, ou seja, a força de glúten que sustenta o crescimento das farinhas, subiu 46 pontos. “Isto é muito representativo”, afirmou Rae. “O trigo cultivado no Paraná, por exemplo, é trigo melhorador, tão bom quanto o trigo argentino”, elogia.

O palestrante aproveitou para criticar a forma de distribuição dos lucros dentro da cadeia produtiva do trigo no Brasil. “É tudo muito desigual, tanto que a agricultura – que tem muitos riscos - fica com apenas 6% e os moinhos – que fazem grandes investimentos – ficam com 4% dos lucros, enquanto que os outros 90% ficam com outros segmentos da cadeia produtiva”, disse.

Para ele, o consumo de trigo per capita no Brasil – 54kg/ano – ainda é muito baixo se comparado com o da União Européia, EUA e outros países. Na Argélia, maior consumidor de trigo per capita, os números são na faixa de 232kg/ano. “Diante disso, vejo que é possível aumentar o consumo de trigo no Brasil”, reconhece.

O presidente da Cooperativa Agrícola de Rolândia (Corol), Eliseu de Paula, que apresentou palestra sobre a visão do setor produtivo anunciou a construção de um moinho no norte do Paraná. A Cooperativa congrega 7690 produtores no Paraná. “A Corol não quer só produzir grãos, mas agregar valor à produção de trigo”, afirmou.

Uma das estratégias da Cooperativa é a construção de um moinho com capacidade de moagem de 400 toneladas/dia. O moinho que começa a ser construído ainda este ano deve ficar pronto em 2009. A Cooperativa irá fazer contrato com os produtores cooperados por 10 anos. “Vamos garantir o preço mínimo, mas, quando possível, poderemos complementar o preço, fazendo voltar os lucros para os produtores”, explica.

O VII Seminário Técnico de Trigo e a I Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale são uma promoção da Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária, organizados pela Embrapa Soja e Instituto Agronômico do Paraná com o apoio da Sociedade Rural do Paraná. As informações são da assessoria de imprensa do evento.

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