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Brasil puxa alta da produtividade agrícola mundial

Ritmo brasileiro foi de 1,87% ao ano, bem acima da média de 0,99%, mostra estudo


Ritmo brasileiro foi de 1,87% ao ano, bem acima da média de 0,99%, mostra estudo

O Brasil está puxando o crescimento da produtividade agrícola mundial, segundo dados publicados no estudo “Promovendo produtividade e competitividade na agricultura”, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O País tem o melhor desempenho da América Latina e fica atrás apenas da China no histórico dos últimos 45 anos.


O levantamento vai de 1961 a 2007, e mostra que a região nordeste da América Latina – basicamente o Brasil – mostrou queda da produtividade nas décadas de 1960 e 1970, mas liderou o aumento da produtividade na década de 1980 e ficou em segundo lugar nas décadas de 1990 e 2000, atrás da China e do Leste Europeu, respectivamente. O estudo considera a produtividade total dos fatores (PTF) que, além da terra, considera em seus cálculos o uso de recursos como mão de obra para a produção.

Na média dos 45 anos considerados no levantamento, o Brasil atingiu uma média de 1,87% de aumento anual da produtividade. Apenas a China, com 2,03% ao ano, ficou acima. A média mundial foi de 0,99% ao ano.

Ao mesmo tempo, a maior parte dos países desenvolvidos apresenta taxas de produtividade decrescentes. A média histórica desses países é de crescimento de 1,48% ao ano, mas a média dos países desenvolvidos ficou em 0,86% ao ano na década de 2000.

O desempenho brasileiro se explica por quatro fatores, na avaliação do coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques: pesquisa agropecuária, exportações, preços internos e crédito rural.

Para ele, os investimentos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi um dos fatores fundamentais para elevar a produtividade. De fato, o estudo da OCDE cita os investimentos públicos em pesquisa e desenvolvimento como diferenciais de Estados Unidos, França, Canadá, China, África do Sul e Brasil. Para a OCDE, esses países souberam suprir com recursos públicos lacunas em áreas da pesquisa que não interessam a iniciativa privada.

Devido à longa cadeia do agro, muitas vezes é difícil para as empresas conseguirem captar financeiramente o retorno de seus investimentos, diz o estudo. Mas isso não quer dizer que esses benefícios não existam, e sim que eles são difíceis de ser capturados.

Além da pesquisa, o crescimento das exportações e dos preços internos contribuíram para que a agricultura brasileira tivesse recursos e estímulos para elevar sua produtividade, segundo Gasques. Por fim, ele cita o avanço do crédito rural como fator de elevação da PTF do Brasil.


Crescimento contínuo

Na próxima década, a produtividade brasileira continuará crescendo, segundo projeções preliminares da equipe de Gasques. Até 2022, a produção de grãos deverá aumentar 22% no País. A soja é a cultura que vai puxar esse crescimento, com média de 2,3% ao ano, seguida do trigo (1,9%) e do milho (1,8%).

O segmento de carnes também terá desempenho positivo, com incremento na produção de 40% nos próximos 10 anos. A carne de frango deverá liderar o ranking com estimativa de crescimento de 4,2% ao ano, seguida da carne bovina e suína, com 2% ao ano, cada segmento. O crescimento da área ocupada pela agricultura e pela pecuária, no entanto, não seguirá esses ritmos, justamente por conta do aumento da produtividade.

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