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Brasil reduzirá importações de trigo neste ano


O Brasil reduzirá as importações de trigo em 20% neste ano, em razão do aumento da produção nacional. No ano passado o País comprou 6,9 milhões de toneladas do grão e a perspectiva para este ano é de que as importações sejam reduzidas para um volume entre 5,5 milhões e 6 milhões de toneladas. "Queremos produzir o suficiente para atender 60% da demanda nacional, que é de 10 milhões de toneladas por ano", afirma Nelson Costa, superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

O Brasil já começou a plantar sua safra de inverno e, segundo Costa, a produção deverá ser de 4,5 milhões de toneladas neste ano, volume 53,5% superior ao da produção do ano passado, que foi de 2,93 milhões de toneladas.

"Deveríamos ter produzido 4,5 milhões de toneladas já no ano passado, mas uma geada reduziu drasticamente a produção brasileira e não permitiu o cumprimento da meta", afirma Costa.

O trigo é o grão mais comercializado do mundo. Sozinho, ele responde por 36% da comercialização mundial de grãos. "O mundo negocia cerca de 107 milhões de toneladas de trigo por ano. Não é porque somos um país tropical que devemos abandonar a produção de cereal", afirma Ricardo Ferraz, vice-presidente da Associação Brasileira de Trigo (Abitrigo).

Exportações argentinas

A Argentina poderá ser mais agressiva nas exportações de trigo este ano, principalmente para o Brasil, para recuperar a parcela de mercado perdida no ano passado. Em 2002, o Brasil, seu maior mercado, importou grandes quantidades do Leste Europeu.

De acordo com Antonio Celso Bermejo, diretor da Correcta Indústria e Comércio, o trigo argentino representa, em média, 95% do trigo processado no Brasil. No ano passado, esse número caiu para 82%. A redução da participação argentina pode ser explicada por dois fatores. Em primeiro lugar, o país sofreu com problemas climáticos que reduziram sua safra.

Além disso, os problemas econômicos enfrentados pelo país afetaram o manejo da lavoura: os produtores não puderam investir tanto em adubação e na aplicação de defensivos agrícolas. O resultado é que a produtividade das lavouras foi menor. Na safra 2002/03, o país colheu 12,5 milhões de toneladas, em relação a 15,5 milhões de toneladas produzidas em 2001/02, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Para recuperar mercado, a Argentina deverá oferecer preços mais agressivos para competir contra o trigo do Leste Europeu. "As cotações da tonelada de trigo, no porto argentino, já caíram de US$ 153 para US$ 148. Isso mostra que eles poderão ser mais agressivos este ano em suas exportações", afirma Bermejo. Ele acredita que as exportações argentinas deverão crescer 26,08%, para 8,7 milhões de toneladas.

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