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Brasil revê falha na rastreabilidade

Relatório enviado ontem pelo governo à UE promete ajustes em inconformidades apontadas na pecuária


O Brasil enviou, ontem, um plano de ação à União Europeia (UE) para corrigir deficiências encontradas pela auditoria dos europeus entre 20 de janeiro e 2 de fevereiro em fazendas, frigoríficos e órgãos de defesa sanitária em sete estados, entre eles o Rio Grande do Sul. Segundo o assessor da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Márcio Resende, a principal medida refere-se ao maior rigor de certificadoras na cobrança das regras de rastreabilidade. Para garantir que isso ocorra, o ministério faz pente-fino nas empresas. Duas delas, em Minas Gerais e Goiás, foram suspensas.

Na Capital, a Planejar passou pela inspeção, considerada duríssima, mas positiva pelo diretor, Luciano Antunes. O desempenho de certificadoras e as falhas na base do Sisbov estão entre as ressalvas do relatório preliminar (ver box) da missão europeia, ao qual o Correio do Povo teve acesso. No entanto, o documento também aponta progressos no sistema de certificação do gado e atestou que os procedimentos, em geral, são satisfatórios. Resende acredita que, a partir da conclusão, não há motivo para exigir que 100% das fazendas sejam auditadas por órgãos oficiais.

Resende pondera que o Brasil é o único fornecedor da UE submetido a essa imposição e que, a partir da conclusão do relatório, o tratamento passa a ferir regras da Organização Mundial do Comércio. "Queremos a revogação. Acordo de 2008 prevê a suspensão da restrição após reavaliação positiva."

O Brasil tem hoje 1.077 fazendas habilitadas a fornecer animais a frigoríficos que exportam carne bovina para a UE e analisa a inclusão de outras 111 propriedades. No Estado, há só 84 aptas. O baixo número é resultado do desinteresse do pecuarista, que recebe pela carne do gado exportada preço semelhante ao do mercado interno, sem o desgaste e o custo de rastrear, diz o diretor da Farsul, Carlos Simm. Para ele, é preciso ter visão estratégica. "É temerário ficar só com o mercado interno porque isso reflete diretamente no preço do boi."

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