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Brasil se junta ao Canadá contra subsídios americanos

Os canadenses questionam a legalidade dos subsídios dados pelos americanos ao setor agrícola


O Brasil deve acompanhar o Canadá numa disputa aberta contra os subsídios americanos ao setor agrícola. Ottawa pediu no final da semana passada para que a Organização Mundial do Comércio (OMC) abra uma investigação contra os subsídios americanos, exatamente no momento crítico das negociações da Rodada Doha. Diplomatas informaram que "dificilmente o País poderia ficar de fora" desse conflito, já que envolve o ponto central da luta do governo na OMC. O Brasil deverá aderir ao caso como terceira parte.

Os canadenses questionam a legalidade dos subsídios dados pelos americanos ao milho, trigo, soja, açúcar e a outros produtos vendidos no mercado internacional. Ottawa alega que, pelas regras da OMC, os americanos teriam o direito de dar US$ 19,1 bilhões em subsídios por ano, teto que não teria sido respeitado em 1999, 2000, 2001, 2004 e 2005.

No caso do milho, porém, parte desses subsídios foi dada quando o produto ainda estava com preços relativamente baixos. Hoje, com a demanda do milho para a fabricação do etanol, o preço duplicou e, portanto, os subsídios são menores. Mesmo assim, os canadenses alegam que foram prejudicados pelos subsídios americanos nos últimos dois anos, com um comércio afetado em até 14% em 2005.

A disputa é lançada exatamente no momento em que a OMC definirá seu futuro nas próximas semanas. Um dos pontos centrais é a recusa do governo americano em reduzir o teto de seus subsídios para US$ 12,5 bilhões por ano, como querem os países emergentes.

O caso também é lançado no momento em que os deputados americanos começarão a estabelecer quais serão os subsídios no país até 2011. Os canadenses esperam, agora, que a disputa possa influenciar nas decisões do Congresso.

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