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Brasil sonda mais e exporta menos

Embarques maiores no Brasil são comuns durante a primeira metade do ano


O Brasil leva vantagem sobre os Es­­ta­­dos Unidos no balanço das exportações de soja do primeiro semestre. Entre janeiro e junho, os brasileiros em­­barcaram 18,5 milhões de toneladas do grão, 1 milhão de toneladas a mais que os norte-americanos. A diferença, porém, poderia ser maior, considera o analista Flávio França Jr., da Safras & Mercado. “O Brasil vendeu bem menos soja do que poderia ou deveria. A safra foi boa, mas o produtor segurou a exportação. Havia ofertas no interior, mas não nos portos”, observa.

França relata que, com dificuldade para originar soja no Brasil, os importadores teriam se voltado aos EUA, mantendo as exportações norte-americanas aquecidas mesmo durante o pico de entressafra. “O produtor brasileiro segurou a venda esperando preços melhores e agora perdeu a passada porque neste mês já começa a colheita nos EUA. É possível que não consigamos embarcar neste ano tanta soja como no ano passado”, afirma o analista. Levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostra que as exportações de soja em grão do Brasil recuaram 7% no primeiro semestre de 2010.

Embarques maiores no Brasil são comuns durante a primeira metade do ano, período de entressafra nos EUA, observa Fernando Muraro Jr., ana­­lista da AgRural. “Acho que se al­­guém perdeu a carona da China foi a Argentina”, diz Muraro, lembrando que tanto Brasil quanto EUA ampliaram seus embarques de soja ao país asiático na última safra. Nos seis primeiros meses de 2010, os chineses compraram, respectivamente, 12 milhões e 8,3 milhões de toneladas. O país asiático foi destino de 35% da oleaginosa ven­­dida pelo Brasil e de 48% do grão exportado pelos EUA.

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