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Britânicos exigem embargo da carne brasileira

Fazendeiros, que enfrentam focos de aftosa, dizem não entender tratamento dado pela UE ao País


O embargo contra a carne bovina inglesa imposto pela Europa está fazendo com que os produtores britânicos também exijam que a carne brasileira seja banida do mercado europeu. Ontem, em Dublin, produtores do Reino Unido e Irlanda se reuniram para declarar que querem que Bruxelas adote a mesma política contra a carne brasileira.

Nos últimos dias, focos de febre aftosa foram detectados na região de Surrey, na Inglaterra, o que gerou um bloqueio da carne britânica por diversos governos, inclusive por todo o bloco europeu. O problema é que 90% da carne produzida no Reino Unido é para exportação e os britânicos já começam a calcular os prejuízos.

Em uma declaração conjunta publicada ontem, a Associação de Fazendeiros da Irlanda e a União de Fazendeiros da Irlanda do Norte pedem a seus respectivos governos que pressionem "por um embargo imediato da União Européia sobre as importações de carne brasileira diante dos riscos desnecessários e inaceitáveis que podem gerar para a Irlanda e para a Europa".

"Os fazendeiros que representamos não conseguem entender porque um embargo não é colocado, diante do fato de a aftosa ser endêmica no Brasil, enquanto medidas de precaução foram adotadas contra a carne britânica na Europa diante do surto em Surrey", afirma o comunicado assinado por Padraig Wakshe, presidente da Associação de Fazendeiro da Irlanda, e por Kenneth Sharkey, da União de Produtores da Irlanda do Norte.

"Estamos seriamente preocupados com o fato de que a União Européia continua enfrentando riscos desnecessários ao aceitar a carne brasileira, enquanto Estados Unidos, Austrália, Japão e Coréia do Sul rejeitam as importações brasileiras", afirma o comunicado.

Os europeus também aplicam um embargo contra o Brasil, mas apenas contra os Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O restante do País pode continuar exportando. Bruxelas ainda deixou claro que as queixas britânicas em relação ao Brasil têm motivos comerciais, e não de saúde. Portanto, não pensa em rever o embargo e deu até o final de 2007 para que o Brasil coloque em prática todos os procedimentos para permitir que as exportações nacionais sejam consideradas como adequadas

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