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Bushel de trigo fechou em US$ 4,52

No fundo, há um quadro fortemente especulativo que eleva a cotação do trigo na esteira das altas da soja e do milho



O bushel de trigo fechou esta quinta-feira (21) em US$ 4,52, com nítida elevação sobre os US$ 4,28 registrados uma semana antes e os US$ 4,12 verificados em 11/09.

O corte nos estoques finais dos EUA, por ocasião do relatório de oferta e demanda anunciado em 12/09, assim como exportações sustentadas seriam os fatores altistas do momento, além de alguma preocupação com o clima na Austrália e na Argentina, importantes produtores de trigo.

No fundo, há um quadro fortemente especulativo que eleva a cotação do trigo na esteira das altas da soja e do milho, embora não haja fundamentos importantes para sustentar tais cotações do cereal. Dito isso, o atual valor do bushel é o mais elevado deste a segunda semana de agosto.

No Brasil, os preços ficaram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 30,63/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 34,80/saco. No Paraná, os lotes oscilam entre R$ 35,40 e R$ 37,20/saco dependendo da região, enquanto o balcão ficou entre R$ 33,50 e R$ 35,00/saco. Em Santa Catarina, os lotes se mantiveram em R$ 36,00/saco, enquanto o balcão girou entre R$ 33,00 e R$ 36,00/saco.

No Rio Grande do Sul, as chuvas do final de semana anterior melhoraram a aparência das lavouras, porém, o quadro geral é de que há perdas irreversíveis na medida em que as espigas são pequenas e com grãos mal formados em muitas lavouras. Na região das Missões há muitos registros oficiais de perdas por parte dos produtores locais. 

Já no Paraná as lavouras voltaram a piorar suas condições, com apenas 35% em situação boa, contra 47% uma semana antes. As lavouras regulares ficaram em 34% e as ruins passaram a 24% do total. A piora se deve ao quadro de forte seca que se abate sobre grande parte da região produtora paranaense. Por sua vez, a colheita do Paraná atingiu a 46% da área no início desta semana.

Portanto, o ponto central no mercado tritícola brasileiro é a qualidade e quantidade que se está colhendo no Paraná, assim como a tendência não muito diferente que se apresenta para o Rio Grande do Sul. Em outras palavras, vai se confirmando um quadro de quebra importante em volume e qualidade, em relação as expectativas iniciais.

Com isso, os preços tendem a baixar, salvo para o produto de qualidade superior, que será mais raro neste ano. Todavia, este sofre a concorrência do produto procedente dos vizinhos países do Mercosul, em especial a Argentina e o Paraguai, embora os mesmos também estejam com alguns problemas climáticos. Entretanto, o câmbio no Brasil continua muito favorável às importações, fato que segura os preços locais. Sendo assim, parece difícil uma recuperação dos preços do cereal para além dos atuais valores, salvo uma forte desvalorização do Real que venha a encarecer sobremaneira as importações.
 

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