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Cacauicultura promove desenvolvimento sustentável na Amazônia

Agricultores familiares colhem o cacau silvestre: todo o processo funciona de acordo com as práticas agroecológicas


De pesquisador a produtor de chocolate. Essa foi a trajetória do mestre em sustentabilidade da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Artur Coimbra. Ele trocou o centro universitário por uma pequena fábrica, em Manaus. Um dos motivos foi o baixo custo produtivo do fruto. Ao usar sistemas agroflorestais, a cacauicultura tornou-se uma boa alternativa para o desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Segundo Artur, a estratégia é simples: bons extrativistas do cacau silvestre e um pós-colheita de qualidade. Todo o processo funciona de acordo com as práticas agroecológicas, do plantio até o manejo. “Para se produzir um alimento de qualidade e conseguir agregar valor, é preciso dedicação, acompanhamento e tempo, pois todo esse processo pode levar até três meses”, detalha Coimbra.

A coleta do cacau silvestre – ou selvagem, como é chamado na região – é feita pelos agricultores agroextrativistas locais. Todo o processo de maturação, secagem, análise da qualidade e comercialização ocorre de forma minuciosa. Ao fim de tudo isso, a produção chega a 200 kg por mês.

Atualmente, a produção da fábrica do ex-pesquisador é comercializada em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Com os negócios indo bem, o próximo destino deverá ser Brasília. “O chocolate é um produto de interesse mundial, todo mundo gosta. Na Amazônia inteira tem cacau, mas as maiores empresas que produzem chocolate não são daqui. Foram mais de quatro anos de estudo, pesquisa e treinamento, o suficiente para ver que essa produção não era algo tão difícil assim, e que ainda poderia daria certo”, completa o produtor.
 
Festival

Também no Norte do Brasil, em Belém, o reconhecimento da importância da cacauicultura se transformou em um evento, o Festival Internacional de Chocolate e Cacau da Amazônia, pensado para destacar a produção local. Nas últimas edições, geralmente no mês de setembro, a festa chegou a reunir 30 mil pessoas, com participantes da Colômbia, Bolívia, Venezuela, França e Índia. O Pará, inclusive, é o segundo maior estado produtor de cacau do país, atrás somente da Bahia, responsável por mais de 50% da produção. 

O cacau é um produto fundamental para a geração de emprego e renda. A atividade produtiva com o fruto já transformou a vida de milhares de famílias paraenses. De acordo com o último Censo Agropecuário, 86% das propriedades cacaueiras do estado são de base familiar.

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